Arquivo mensal: setembro 2013

Indiferença

À primeira vista, parece que a indiferença seria um sinônimo de desprezo, de falta de interesse, de insensibilidade.

Realmente em alguns casos, pode até ser, pois muitas pessoas são mesmo indiferentes ao que se passa ao seu redor e pouco lhes importa o sofrimento alheio, as necessidades de seu próximo.

E quando falo de necessidades, não me refiro somente às necessidades materiais, financeiras, mas de uma palavra de carinho, apoio moral em situações difíceis, de tristeza ou de problemas emocionais.

Numa ocasião assim, um abraço, mesmo silencioso, ou um aperto de mão, pode servir como um grande alivio no sofrimento de alguém.

Como ficar indiferente ao sofrimento de quem nos é querido, ver essa pessoa sofrer, sem que tenhamos uma atitude de carinho, uma palavra de conforto?

É somente uma expressão de amor e até de caridade para quem está sofrendo de alguma forma.

Não consigo ser indiferente às pessoas que me rodeiam.

Agora, acredito que podemos e devemos ser indiferentes a qualquer forma de preconceito do qual formos vitimas, pois esse tipo de atitude é típica de pessoas sem a grandeza humana, bonita e necessária a todo indivíduo.

Muitas vezes provocamos, com nosso sucesso, reações de inveja, de má vontade de pessoas que não se sentem capazes de realizar, e que não suportam resultados que nunca puderam alcançar.

Assim, ao invés de lutar, perdem seu tempo desenvolvendo atitudes agressivas.

Mas apesar de, muitas vezes, ter sido alvo desse sentimento negativo, ele nunca me atingiu pois sou indiferente a ele, imune a tal pobreza de espírito.

Não posso lutar contra a inveja mas posso, sim, não deixar que me atinja. Temos muito pouco controle sobre as atitudes dos próximos – mas total controle sobre nossas atitudes e maneiras de agir, dando importância para o que realmente merece importância.

E quando uma situação, de fato, merece nossa atenção, devemos tentar ser melhores do que aqueles que buscam a intriga ou maldade, retribuindo com um gesto de humanidade.  São essas pessoas que realmente mais precisam de nosso carinho e caridade.  Se não somos indiferentes a elas, devemos tentar compreender a razão por trás de tal atitude.

Isso fará bem ao nosso espírito e ao nosso coração, e consequentemente, à nossa vida e saúde física. É gratificante tentar e conseguir, com uma atitude positiva ou palavras adequadas e amáveis, um sorriso em quem se encontra numa situação angustiante.

Uma atitude de boa vontade pode transformar uma vida inteira.

Conheci pessoas que foram indiferentes à situação da família que atravessava uma séria crise financeira, e, aparentemente, sem se incomodar, continuava a gastar sem condições de cumprir os compromissos assumidos, colocando todos numa situação sem saída.

Essa é uma indiferença irresponsável e até cruel com os próximos, uma atitude que coloca em risco pessoas que dependiam do pouco que tinham para continuar a viver até que a situação se resolvesse.

A indiferença pode ser uma arma difícil de ser enquadrada.

Ela pode ser positiva quando deixamos de lado preconceitos que limitariam nossa maneira de ver as pessoas com quem nos relacionamos.  Mas também pode ser altamente negativa, quando nos valemos dessa atitude numa forma de ignorar as necessidades alheias, passando por cima e não querendo olhar como poderíamos auxiliar para melhorar a qualidade de vida de quem convive ao nosso lado.

Vamos tentar usar nossa indiferença com critério, visando o convívio melhor com todos que nos cercam.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda

Determinação

Um dos significados da palavra determinação é exatamente permanecer firme num objetivo.   E isso, muitas vezes, representa uma atitude de bravura na luta diária que todos enfrentamos para vencer obstáculos em todas as áreas de atividade humana.

Obstáculos sempre existem, pois todos temos incumbências de vários aspectos, todo o tempo, e se nos faltar até um certo atrevimento, um desafio que fazemos a nós mesmos para vencer, fica mais difícil realizarmos o que planejamos e almejamos.

O nível de decisão e a análise do tempo de que dispomos, às vezes, são fatores muito próximos um do outro, o que nos obriga a definir rapidamente o que fazer e como  desenvolver determinadas ações.

Na verdade, temos que exercitar até mesmo nossa condição mental para superar uma  frustração que tivemos em alguma atividade e empreender nova luta para tentar conseguir os resultados que antes não pudemos atingir.

Em alguns casos, nos surpreendemos com uma pitada de audácia que não sabíamos existir em nós, e que nos proporciona o vigor e desembaraço para conseguirmos uma vitória.

Superar nossos limites é a busca do ser humano que não se deixa abater pelas primeiras dificuldades — dentro, claro, dos limites da honestidade de princípios que aprendemos com nossos pais e durante nossa vida, mas sem nos deixarmos abater pelos  primeiros empecilhos que encontramos.

Sob o ponto de vista prático, a determinação é uma característica extremamente positiva, pois nos leva à luta e quase sempre com resultados esperados.

Um dos grandes segredos para não se perder no meio do caminho, na luta pelo que se quer conquistar, é saber administrar objetivos, priorizando-os com clareza.

Assim, é importante conhecermos bem a meta, o objetivo que queremos alcançar, e que ele seja muito bem definido para não nos dispersarmos querendo atingir tudo ao mesmo tempo.

E para atingirmos as metas que traçamos, sejam elas emotivas, comerciais ou sociais, não podemos nunca esquecer o fator auto-motivação, por um lado, e, por outro, auto-critica.

Isso significa aproveitar ao máximo nosso potencial, mas com a consciência de nossas limitações, pois todos nós nascemos já com certas tendências e, de acordo com elas, é que deveríamos traçar os objetivos a serem alcançados na vida.

Eu, por exemplo, jamais poderia desejar ser uma campeã de natação, pois a água é algo que nunca me atraiu, e ao  contrário, me dá certo medo.

Não me adiantaria ter um nível altíssimo de determinação, pois eu jamais teria condições de vencer em algo que me apavora.

Por isso, devemos focar muito bem nossas possibilidades, e então nos determinarmos a realizar, pois se essa análise não for bem feita, corremos o risco de nos frustrarmos  e com isso prejudicar nosso desempenho.

Importante é reconhecer nossas metas e lutar pelo que desejamos com determinação.  Essa deve ser uma atitude consciente e constante em nossas vidas, pois isso nos traz a sensação de felicidade e de vitória, importante em todo ser humano.

Isso é determinação: buscar sempre que possível a realização.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda

Delegar tarefas e funções

É importantíssimo sabermos delegar obrigações e responsabilidades em qualquer âmbito de atividade.

Com o ato de delegar, podemos realizar, através de nossos funcionários e de quem nos rodeia, muito mais tarefas que nos  propomos e, dessa forma, colocarmos em prática muitos dos nossos propósitos, que sem esse auxílio, seria difícil atingirmos os resultados desejados.

Mas muitos de nós não tem a vontade ou a capacidade de delegar tarefas, tentamos fazer tudo sozinhos, não por egoísmo, mas por não estarmos convencidos de que seria muito mais produtivo.  Em outras palavras, muitas vezes pensamos, “o tempo que vou perder para delegar, eu faço e faço melhor”.

Engano puro!

Se usamos nosso tempo explicando com clareza o que queremos, na próxima vez, não precisamos fazer tal tarefa e podemos nos dedicar a outras atividades necessárias que também demandam nossa atenção.

Quanto mais delegamos, mais as pessoas que trabalham conosco se sentem  importantes e se esforçam para que tudo resulte o melhor possível.

Não delegar é uma atitude que vem, muitas vezes, de uma vaidade que todos nós temos, de sempre achar que fazemos mais e melhor.  Mas isso só atrasa nossa vida e nossas atividades.

Claro que o sucesso em delegar com eficiência depende da maneira como ensinamos o trabalho, e o principal é que nada deixemos de falar. Não devemos omitir nenhuma informação relevante e sim deixar claro o propósito e os resultados que pretendemos com a função que será desenvolvida por quem elegemos para essa finalidade.

Adoro receber em casa, e as amigas sempre me perguntam como eu consigo uma equipe tão coesa e dedicada.

Para treinar essa equipe, primeiro, expliquei claramente os objetivos que deveríamos atingir: serenidade, ambiente alegre e oportunidade de diálogo entre os convidados.

Depois sentei-os na mesa de jantar e eu os servi, mostrando na prática o que eu imaginaria como resultado.

Até hoje, nunca mais precisei falar absolutamente nada a respeito e nunca houve nenhuma falha. Tudo transcorre normalmente e é essa equipe de funcionários que recebe os elogios.

Eu não tenho a mínima vaidade de que os convidados pensem que eu fiz tudo.  Trabalho de equipe dá um resultado sempre muito mais positivo do que um trabalho isolado.  Claro, estou no comando, mas reconheço, valorizo e compartilho sempre os méritos com quem executou com carinho e amor.

Saber delegar é uma arte.

Creio que ninguém é absoluto.  Todos precisamos de auxílio seja em que atividade for.

Ser um bom líder não significa que sabemos fazer melhor as tarefas do que nossos subordinados e sim que temos consciência de que não sabemos fazer tudo bem.

Delegar traz confiança, espírito de colaboração e responsabilidade para quem está nos ajudando a conseguir os resultados esperados.

Saber delegar facilita tudo em nossa vida, além de dar a quem executa a devida importância, o que contribui para desenvolver sua vaidade e, consequentemente, executar melhor as tarefas que lhe são confiadas.

Mas acredito que um dos pontos principais para liderar e delegar bem é saber transmitir o que desejamos como resultados de maneira gentil, estabelecendo sempre um clima de boa vontade, sem desconfianças e sem sonegar informações necessárias ao bom desenvolvimento da tarefa encomendada.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda

Liberdade

Saber usar a liberdade é uma arte que temos que aprender e aperfeiçoar durante nossa vida.

Uma variação da bandeira da Inconfidência Mineira tem a inscrição maravilhosa: “Libertas quae será tamen”, que quer dizer “Liberdade ainda que tardia”.

Usar a liberdade não é fácil, pois quando a temos, muitas vezes, não conseguimos enxergá-la, valorizá-la e utilizá-la no sentido maior da palavra, e sem seu uso adequado, podemos torná-la algo difícil de ser compreendido ou mesmo dominado.

Tomemos como exemplo nossa ânsia de liberdade quando somos jovens, quando começamos a vislumbrar os prazeres que a vida pode nos oferecer, e que achamos que a liberdade poderia nos trazer, como sair e voltar na hora que desejaríamos e que não podemos, pois nossos pais, dentro de suas responsabilidades, nos cerceiam a liberdade almejada.

Desejaríamos também não termos tantas responsabilidades de estudar, tantas provas para fazer e tantas obrigações que tornam nosso tempo tão curto e, ao nosso ver, nos deixam, aparentemente, sem o tempo que gostaríamos de ter com os amiguinhos.

Mas nos esquecemos de que quanto mais temos a chamada liberdade, mais responsabilidade trazemos para nós mesmos, pois seu mau uso pode nos acarretar consequências inesperadas e, às vezes, difíceis de serem acertadas.

Lutamos para ter a chamada liberdade, e depois, muitas vezes, não sabemos o que fazer com ela.

Minha filha tem um cão ainda jovem, e rimos muito um dia, pois ele fica bastante ansioso para ser solto de seu recanto.  Mas quando o soltamos, ele realmente não sabe o que fazer com a liberdade.  Não acha muita graça e acaba se deitando, quietinho, junto de nós.

Claro que, em tese, o cidadão tem o poder de exercer sua vontade dentro dos limites da lei, naturalmente.

Mas, na verdade, nossa liberdade nos impõe vários limites: o da lei, o da decência, o da honestidade, o da lealdade, do cumprimento dos deveres.

É muito importante tomarmos conhecimento exato de nossa liberdade, pois ela termina exatamente quando começa a liberdade alheia.

Benjamin Franklin já citou: “Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria”.

Importantíssimas palavras, pois temos que reconhecer que a falta de liberdade deve ser terrivelmente deprimente e triste, pois nos priva do convívio e nos condena, muitas vezes, à solidão.

Então, mesmo que em algumas ocasiões nos seja oferecida a liberdade de ação, nosso raciocínio nos apontará sempre à direção mais apropriada a seguir.

Temos um exemplo interessante em nossa equipe de funcionários.

Uma delas  teve uma fratura de tornozelo gravíssima, e o médico  que a atendeu, lhe deu a possibilidade de faltar ao trabalho por três meses, pois teria que usar cadeira de rodas, impossibilitada que estava de pisar.

Por sua própria decisão, ela não usou a liberdade de poder descansar, não faltou um dia sequer, veio trabalhar e usava a cadeira de rodas para se locomover.

Seu trabalho não dependia de muita caminhada, mas sua boa vontade foi de grande valia, pois não interrompeu o andamento de suas atribuições.

A responsabilidade e a grande  amizade que sente por nós impossibilitou-a de usar a liberdade que lhe foi oferecida.

Somos eternamente gratos e reconhecidos por essa atitude.

Usemos nossa liberdade com critério e responsabilidade, assim seremos sempre  livres!

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda

Falhas/esquecimento

Não vou falar aqui hoje de falha de caráter ou algo desse tipo e sim de pequenas falhas que todos cometemos e pelas quais podemos sofrer críticas por parte de quem nos rodeia e nos solicita.

É perfeitamente normal nos esquecermos de algum fato ou número sem grande interesse para quem está tratando de determinado assunto.

Na maioria das vezes, nem é de tanta urgência e tão importante, e a falta da lembrança toma uma dimensão fora de qualquer controle.

A cobrança se torna algo maior do que a própria informação.

Quando falhamos, não quer dizer que não demos a devida importância a algum fato relevante e importante ao próximo, e sim, que por qualquer motivo, falhamos.

Cabe a quem deveria ser informado, compreender e tolerar, pois nada vai alterar o que já se passou.

Tentar corrigir a falha da informação é o melhor caminho, pois evita até a humilhação que se impõe ao se cobrar algo que não tem retorno.

Se fala mesmo que o esquecimento é um dos males do século e que não está necessariamente ligado à alguma doença cerebral e sim que pode ser algo até mesmo momentâneo, consequência de ansiedade, muito comum nos dias de hoje.  Muitas vezes, se trata simplesmente de uma memória super carregada, que, como num computador, tem seu limite alcançado e necessita ser esvaziada ou descarregada, de vez em quando.

Eu sempre tive uma tolerância enorme e uma complacência com falhas e/ou esquecimentos, e, pessoalmente, não costumo cobrar algum esquecimento por parte de quem convive comigo, pois compreendo que o constrangimento de quem se esquece de algo  já é tão grande que a minha cobrança só o tornaria  maior e não resolveria nada.

Me lembro que minha mãe, já mais idosa, tinha, como é de se esperar, falhas de memória e me perguntava a mesma coisa algumas vezes seguidas.

Às vezes, enquanto me arrumava para sair, ela fazia a mesma pergunta:

“Onde você vai, minha filha?  Está tão bonita!”

E eu respondia com o mesmo carinho a mesma resposta e saia feliz por vê-la feliz também.

Não me custava nada.

Mau humor não me pega, e muito menos a cobrança por algo que realmente foi esquecido.  Cobrar não resolve, pois quem se esquece já esqueceu e pronto!

A falha pode ser um engano, um equívoco, um insucesso, um erro, uma imperfeição.

Claro que nenhum de nós gosta de falhar.

Temos uma tendência à perfeição, mas temos também que ter em mente que a perfeição não existe e que a tolerância com as falhas alheias sempre nos ajudará no convívio pacífico com quem quer que seja.

Todos nós temos responsabilidades em vários ramos da atividade humana, inclusive as crianças, que já têm obrigações, as quais anos atrás eram restritas aos adultos.

É necessário termos compreensão e tolerância com falhas e esquecimentos de nossos amigos e parentes queridos, para mantermos uma convivência alegre, e que, seguramente, faz muito bem à nossa alma e ao nosso coração.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda