Arquivo diário: setembro 8, 2013

Liberdade

Saber usar a liberdade é uma arte que temos que aprender e aperfeiçoar durante nossa vida.

Uma variação da bandeira da Inconfidência Mineira tem a inscrição maravilhosa: “Libertas quae será tamen”, que quer dizer “Liberdade ainda que tardia”.

Usar a liberdade não é fácil, pois quando a temos, muitas vezes, não conseguimos enxergá-la, valorizá-la e utilizá-la no sentido maior da palavra, e sem seu uso adequado, podemos torná-la algo difícil de ser compreendido ou mesmo dominado.

Tomemos como exemplo nossa ânsia de liberdade quando somos jovens, quando começamos a vislumbrar os prazeres que a vida pode nos oferecer, e que achamos que a liberdade poderia nos trazer, como sair e voltar na hora que desejaríamos e que não podemos, pois nossos pais, dentro de suas responsabilidades, nos cerceiam a liberdade almejada.

Desejaríamos também não termos tantas responsabilidades de estudar, tantas provas para fazer e tantas obrigações que tornam nosso tempo tão curto e, ao nosso ver, nos deixam, aparentemente, sem o tempo que gostaríamos de ter com os amiguinhos.

Mas nos esquecemos de que quanto mais temos a chamada liberdade, mais responsabilidade trazemos para nós mesmos, pois seu mau uso pode nos acarretar consequências inesperadas e, às vezes, difíceis de serem acertadas.

Lutamos para ter a chamada liberdade, e depois, muitas vezes, não sabemos o que fazer com ela.

Minha filha tem um cão ainda jovem, e rimos muito um dia, pois ele fica bastante ansioso para ser solto de seu recanto.  Mas quando o soltamos, ele realmente não sabe o que fazer com a liberdade.  Não acha muita graça e acaba se deitando, quietinho, junto de nós.

Claro que, em tese, o cidadão tem o poder de exercer sua vontade dentro dos limites da lei, naturalmente.

Mas, na verdade, nossa liberdade nos impõe vários limites: o da lei, o da decência, o da honestidade, o da lealdade, do cumprimento dos deveres.

É muito importante tomarmos conhecimento exato de nossa liberdade, pois ela termina exatamente quando começa a liberdade alheia.

Benjamin Franklin já citou: “Onde mora a liberdade, ali está a minha pátria”.

Importantíssimas palavras, pois temos que reconhecer que a falta de liberdade deve ser terrivelmente deprimente e triste, pois nos priva do convívio e nos condena, muitas vezes, à solidão.

Então, mesmo que em algumas ocasiões nos seja oferecida a liberdade de ação, nosso raciocínio nos apontará sempre à direção mais apropriada a seguir.

Temos um exemplo interessante em nossa equipe de funcionários.

Uma delas  teve uma fratura de tornozelo gravíssima, e o médico  que a atendeu, lhe deu a possibilidade de faltar ao trabalho por três meses, pois teria que usar cadeira de rodas, impossibilitada que estava de pisar.

Por sua própria decisão, ela não usou a liberdade de poder descansar, não faltou um dia sequer, veio trabalhar e usava a cadeira de rodas para se locomover.

Seu trabalho não dependia de muita caminhada, mas sua boa vontade foi de grande valia, pois não interrompeu o andamento de suas atribuições.

A responsabilidade e a grande  amizade que sente por nós impossibilitou-a de usar a liberdade que lhe foi oferecida.

Somos eternamente gratos e reconhecidos por essa atitude.

Usemos nossa liberdade com critério e responsabilidade, assim seremos sempre  livres!

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda