Arquivo mensal: janeiro 2013

Alegria de viver

Luto por tudo o que desejo, mas gosto muito de tudo que tenho.

Aprendi essa filosofia com meus pais desde pequena e procuro me conscientizar sempre a respeito desse tão importante conceito que, se seguido, pode nos trazer satisfação e, por conseguinte, colaborar com a nossa  alegria de viver.

Isso não quer dizer que devamos ser conformistas, pois a vida exige uma luta contínua, e momento a momento temos que enfrentar desencontros em todos os setores de nossa convivência.

Mas toda luta deve ser feita com alegria e esperança de vitória, pois a tristeza gratuita não leva a nenhum lugar, ao contrário, ela afasta as pessoas que já têm seus próprios problemas e não dispõem de tempo para resolver os dos outros.

Se esperarmos momentos especiais para nos sentirmos felizes, fica difícil enfrentar o dia a dia com bom humor.

O segredo é conseguirmos valorizar cada momento e cada evento como se fosse muito especial, e assim nos sentirmos alegres e realizados.

Claro que temos que ser práticos e encarar com boa vontade tudo o que a vida nos reserva, e saber reconhecer o que podemos e o que não temos a capacidade de resolver, pois nem tudo depende de nós, e muitas vezes de fatores externos, independentemente  de nossa vontade e de nossa capacidade.

Portanto, é importante distinguir, entre o  possível e o impossível.  Isto sim, às vezes é mais difícil de determinar e assim conseguirmos acertar na nossa decisão de tentar resultados  desejados.

Eu tento construir meu “castelo” com elementos disponíveis e acessíveis, pois de outro modo nunca teria condições de concluí-lo.

E é isso que faz a diferença, pois  se não é bem calculado traz uma frustração desnecessária, visto que houve um erro de avaliação das probabilidades de êxito.

Mas mesmo que não tenhamos possibilidades de realização de tudo o que sonhamos, por que não ficarmos felizes com o que conseguimos?

Tudo é uma questão de enfoque.

Não se trata de fazer o jogo do contente, mas sim de nos sentirmos felizes e alegres pois o próprio ato de estarmos vivos já é gratificante.

No dia a dia enfrentamos momentos que nos deixam apreensivos, preocupados e mesmo tristes, e isso não podemos evitar.

Mas valorizar o que a vida nos dá, em matéria de saúde física, mental e espiritual, isso sim, é motivo para mantermos a alegria de viver.

Só esse bem já deveria nos fazer felizes, ou pelo menos compreensivos, pois não podemos evitar que as aves do infortúnio esvoacem em torno de nossas cabeças.

Mas devemos e podemos, sim, impedir que façam ninhos  nos nossos cabelos.

Motivos de alegria sempre temos.  A questão é detectá-los .

Por exemplo, conhecemos uma pessoa que possuía vinhos maravilhosos em sua adega, e os economizava para tomá-los em ocasiões especiais, e nunca os tomou, pois nunca encontrou uma ocasião digna de comemoração.

As “ocasiões  especiais” às quais ele se referia nunca apareceram, no seu conceito, pois ele não tinha alegria em nenhuma ocasião.

Pois bem, os vinhos se deterioraram todos, ele morreu sem aproveitar, e sem acreditar que nenhum momento teria sido tão especial a ponto de que merecesse um vinho extraordinário, a comemoração, a alegria.

Também tivemos outro amigo querido, que nunca viajava.  Dizia que gostaria de “viajar à grande”.

Na verdade, seus amigos nunca conseguiram entender o que ele queria dizer com essa expressão.

Nunca viajou, deixou de viver momentos simples e alegres, esperando  por algo que jamais conseguiu realizar.

Para mim, a alegria de viver está em fazermos de momentos simples uma pequena festa.

Esse é um dos segredos para nos sentirmos felizes.

Abraços e feliz domingo, cheio de alegria!

Amanda

Vaidade

Vaidade é uma característica que pode ser positiva, dependendo do resultado que se deseja.

Mas ela pode também ser altamente destrutiva se não observarmos a medida necessária para  atingirmos o equilíbrio na convivência e no bem estar de quem nos rodeia, principalmente quando se manifesta na forma de excessos.

Não é fácil dosar a vaidade, pois todos lutamos para melhorar a cada dia, sob todos os aspectos.

A vontade de vencer obstáculos nos projeta para a frente, para a luta diária em vários setores da atividade humana.  Somente precisamos nos policiar para não extrapolarmos em nosso sentimento de vaidade.

Uma pessoa vaidosa pode até pecar por desejar resultados, muitas vezes, somente no sentido de despertar a admiração dos outros.  E esse é um lado da vaidade que tende apenas a prejudicar o relacionamento pessoal, profissional e social.

Conheci pessoas altamente capazes em suas profissões, mas com problemas muito sérios de auto-afirmação.

Tentam superar seu complexo de inferioridade, seja ele qual for, exibindo uma tirania, que nada mais é do que uma vaidade exagerada e inadequada ao mundo em que vivem.

E, geralmente, são pessoas inteligentes, com capacidade de  trabalho, que se colocassem de lado esse tipo de sentimento que as consome, teriam sempre resultados maravilhosos.

Não precisamos generalizar.  Mas é importante ressaltar esses exemplos de vaidade que devemos combater para buscar resultados positivos em tudo que desejamos realizar.

Buscar a compensação dos próprios complexos  em atitudes cheias de vaidade não nos leva a nenhum caminho produtivo.

Nossa “superioridade” deve se basear na capacidade pessoal, profissional e social, no sentido de conseguirmos nos relacionar o melhor possível com a sociedade que nos rodeia.

Claro que faz bem à nossa personalidade vencer desafios em nosso trabalho e na profissão que abraçamos.  Já essa é uma vaidade benéfica — que beneficia a quem a possui e a quem recebe seus frutos.

Podemos dizer o mesmo referente  à vaidade  no seu aspecto físico, que também é muito louvável, lembrando que devemos mantê-la dentro de limites toleráveis e responsáveis.

Falo de cuidados pessoais, que são muito importantes para a nossa convivência com o próximo. Ninguém tem culpa dos nossos problemas e os cuidados conosco devem ser motivo de satisfação, e até de incentivo à realização de nossas buscas.

De fato, acho que quase nada justifica a falta total de vaidade, a não ser a doença, que muitas vezes nos impede de manter o nosso nível normal de vaidade.

Mas mesmo em algumas circunstâncias vivendo situações difíceis, podemos tentar e conseguir manter a boa aparência e esse comportamento gera em algumas ocasiões um ambiente mais alegre dentro dos momentos de tristeza.

Numa ocasião tive duas cirurgias e isso exigiu minha permanência no hospital por um mês.

Como sou uma pessoa assumidamente vaidosa com minha aparência, pela manhã já me colocava com um aspecto o mais apresentável possível dentro das circunstâncias e do ambiente do hospital.

Nunca me permiti ficar despenteada e com aspecto desgostoso e descuidado.

E num desses dias, tive até a ajuda de uma auxiliar depois do seu horário de trabalho para retocar meu cabelo.

Foi até divertido!

Muitos podem achar um exagero.  Eu já vejo diferente.  Para mim, era uma deferência às minhas visitas, que já se viam penalizadas pelo meu sofrimento.

A vaidade saudável alimenta nosso espírito, principalmente quando vencemos  desafios que julgávamos muitas vezes impossíveis de transpormos.

Mas vamos aprender a diferenciá-la da vaidade doentia que só prejudica o nosso bem estar e impede o nosso crescimento.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda

Desapego

O desapego, de maneira geral, não quer dizer que nada tenha importância.

Para mim, o significado da palavra desapego é mais voltado ao sentido de equilíbrio – de acreditar que existe uma medida para tudo.  Assim, o desapego com algo sentimental, material ou social não deve nos prejudicar.  Não quer dizer frieza de sentimentos – e sim, a meu ver, uma maturidade no sentimento de propriedade, que pode prejudicar os relacionamentos com as pessoas ou posses.

As recompensas do desapego são muitas, como a serenidade e a paz interior, resultados de nossas atitudes em relação a ajuda emocional ou espiritual, que tantas vezes conseguimos oferecer a alguma pessoa amiga, com total desapego mas enorme carinho e consideração.

Acho muito interessante ouvir e presenciar diferentes pontos de vista em relação a “desapego”, vindos de pessoas com as quais sempre nos relacionamos.

Falávamos outro dia numa roda de amigas sobre o desapego em todas as suas formas.

Uma delas contava que não se sente a vontade em outro país ou cidade que não seja a sua, onde conhece muita gente, fala sua língua e está habituada aos costumes locais.

Além disso, ela se incomoda de deixar parentes, filhos, netos, e outros afins e estar longe sem poder ajudar em caso de necessidade.

Esse é um aspecto de apego ao qual nos familiarizamos em todos os sentidos.

Já uma outra pessoa,  também mulher esclarecida, inteligente, bem informada, acostumada a viajar quase todo o tempo, pensa de maneira completamente diferente de todas as pessoas que conheço.

Ela tem uma enorme alegria de viver e encara a vida sob um aspecto muito feliz e livre.

Seu marido estava com problemas de saúde, mas isso nunca os impediu de marcar uma viagem ao exterior ou para onde fosse.

E um dia alguém lhe fez a pergunta:

E se ele morrer no navio?

Ela respondeu prontamente: Morre feliz!

Morremos de rir, pois ela falou de forma natural e alegre.

Achei o comentário surpreendente, de desapego elogioso, mas que nem todos nós conseguiríamos colocar em prática.

Seu ponto de vista é louvável.

Ela faz questão de aproveitar a vida com alegria, enquanto pode fazê-lo e sua saúde lhe permitir.

Disse também que os filhos estão prevenidos que, quando ela viaja, se considera solteira, órfã e estéril.

Argumenta que de longe nada poderia resolver.  Nenhuma providência poderia tomar e nada adiantaria alguém lhe comunicar que um ou outro estaria com problemas, por exemplo.

Realmente, me fascina ver tantos pontos de vista diferentes em relação ao termo “desapego”.

Outro dia mesmo, conversando com uma amiga sobre a vida, de maneira geral, e jogos, ela disse que não gostava de jogar nada porque não sabe perder.

E falou sobre isso com muita seriedade, referindo-se a perder em qualquer circunstância.

No começo rimos muito, mas depois pensei na profundidade dessa expressão.

Ficamos impressionadas com sua sinceridade, pois dificilmente alguém afirma algo assim, por ficar com receio de ser criticada.

Pois ela não teve o mínimo problema a respeito de quem a escutava naquele momento.

Disse que não sabe perder em nada, por isso nunca se arrisca, pois sabe que o fato de perder lhe daria um tremendo desgosto.

É um ponto de vista que respeito, pois cada um age e pensa como quer.  De fato, esse é o meu desapego com o próximo, no sentido de respeitar  a todos como são.  Não tento mudar ninguém, e esse meu “desapego” se traduz em ótimos relacionamentos.

Mas penso diferente.

A perda, para mim, não significa necessariamente um fracasso e sim um incentivo para a luta.

Perco e ganho com desapego.  Mas tento sempre me desapegar com equilíbrio, seja de coisas materiais ou de relacionamentos que não dão certo.

Só espero que não se desapeguem do meu blog 🙂

Abraços e bom domingo

Amanda

Recomeço

Diariamente, planejamos realizar algo que nos dê orgulho, prazer, felicidade, alegrias, e que nos leve ao sucesso e bem estar.

De fato, recomeçamos a cada dia nossa vivência pessoal, social e profissional.

No início de cada ano, esse sentimento de renovação e recomeço aparece mais fortemente dentro de nós.  Porém, o que ocorre muitas vezes, ao longo dos meses, é que vamos esquecendo nossos propósitos mais profundos e entrando na rotina.  Isso acontece com nossas resoluções, relacionamentos, sonhos e metas.

Mas não deveria.

Eu, por exemplo, cuido muito para nunca me esquecer das bênçãos que recebemos de Deus.

Og Mandino  no seu livro “O maior Milagre do Mundo” descreve exatamente o memorando enviado por Deus  aos seres humanos, destacando tudo o que possuímos e muitas vezes não valorizamos, acreditando que é natural o  fato de podermos  ver, andar, pensar,  respirar, amar.

Mas na verdade, não é natural, e sim um grande presente que tento valorizar a cada momento, como em minhas relações.

Sempre digo que quanto mais íntimos somos de alguém, mais respeito devemos ter nas nossas atitudes.  Não podemos nos acomodar.  E procuro não me acomodar nunca, seja nas minhas atividades profissionais, pessoais ou sociais.

Não quer dizer que consigamos o resultado desejado todo o tempo.

Mas tentar já é um grande passo para o sucesso de qualquer empreendimento.

Falamos no último blog de 2012 sobre a perseverança, fator indispensável para a realização de tudo o que planejamos e pretendemos fazer.

Acredito que um dos segredos da inteligência social se resume em uma fórmula muito simples: constante renovação com muita perseverança, para melhorar características que não apreciamos em nós.

E assim, deixo aqui no primeiro blog de 2013 meus votos para que mantenhamos o sentido da esperança que brota em cada início de ano, começando por um questionamento retrospectivo:

Cumprimos nossas metas anteriores? Todas?

Das que ficaram pendentes, o que vamos fazer?

– o regime  do qual tanto falamos?

– mais exercícios?

– colaborar em causas justas e beneficentes?

– prestar mais atenção ao outro membro do casal?

– dedicar mais tempo aos filhos?

– melhorar e talvez ser mais tolerante no trabalho e com as pessoas em geral?

– aprender coisas novas, atividades que nunca exercemos?

– ser mais positivo?

Esses seriam alguns dos propósitos que poderiam melhorar nossa vida no dia a dia.

Se colocarmos nosso pensamento com fé e força de vontade, possivelmente conseguiremos melhorar substancialmente nossa maneira de viver.

Essa é uma responsabilidade auto imposta e devemos tentar sempre cultivá-la.

Vamos, então, repensar nossas vidas, nossas causas, nossas famílias, enfim, tudo o que conseguimos até hoje, conservando o espírito de colaboração mútua, numa missão de boa vontade para com o próximo.

Mas em primeiro lugar, vamos tentar cumprir as metas às quais nos propusemos no Réveillon.

Renovo os votos de Feliz 2013 a todos os amigos que me acompanharam durante o 2012!

Abraços e um ótimo domingo,

Amanda