Arquivo mensal: outubro 2012
Cobrança
Publicado por amandadelboni
A cobrança indevida ou inoportuna é uma das características mais inconvenientes que uma pessoa pode desenvolver.
Você tenta fazer tudo direitinho, não faltar a nenhum compromisso, não se esquecer de datas importantes para os amigos.
Mas ai de você se se esquecer algum dia de algo que havia combinado e que lhe passou desapercebido.
Está perdido, pois a cobrança, muitas vezes, vem imediatamente.
E a pergunta é feita sempre em tom de irritação e geralmente perto de outras pessoas, que é para constranger mesmo.
E datas?
Por mais que a gente se esforce para anotar e lembrar de tudo, algo pode escapar.
E aí, vem:
Como você se esqueceu de meu aniversário?
Como você não compareceu em tal compromisso na casa de fulano?
Como você não foi a tal lugar? Você falou que iria.
E o pior, as pessoas não esperam e nem o deixam se explicar, pois tem esse tipo de personalidade, só cobram e não têm a paciência de ouvir sua justificativa.
Não perdoam uma falha de agenda, ou da secretária, ou um mero esquecimento ao qual todos nós, seres humanos, estamos sujeitos.
E a cobrança aos funcionários?
Se já fazem tanto, e se esquecem de algo, vamos reconhecer o bom, e deixar um pouco de lado pequenas falhas.
Esqueceram de colocar algo?
Eu me levanto e vou buscar. Não morro por causa disso.
Outra cobrança que raramente gera resultado real é mais atenção em uma loja, por exemplo. Já percebeu como só desencadeia uma tremenda má vontade por parte de quem está nos atendendo? Se a pessoa não foi devidamente treinada, não seremos nós, os clientes, que vamos lhe ensinar.
Já assisti cenas desagradáveis em seções femininas de vendas de roupas, onde a cobrança e irritação da cliente desencadearam uma cena de discussão, que talvez poderia ter sido evitada, pois a cliente, irritadíssima, cobrou uma atenção e uma prioridade que a vendedora não tinha a mínima condição de lhe dar naquele momento.
A cobrança injusta machuca, ofende e desencadeia uma reação, muitas vezes desnecessária.
Um sorriso normalmente é uma arma mais poderosa do que a cobrança. Desarma qualquer um.
Passar o tempo cobrando só desgasta a relação, seja ela qual for.
Perfeição não existe.
Evito sempre a cobrança indevida. A vida fica mais leve e mais alegre, e evitamos de um dia acordar e não termos ninguém ao nosso lado.
Abraços e um ótimo domingo, sem cobranças 🙂
Amanda
Publicado em Inteligência Social
Tags: Amanda Delboni, Inteligência Emocional, Inteligência Social, Relacionamentos, Sucesso
Coragem ou Irresponsabilidade ?
Publicado por amandadelboni
Coragem é uma palavra que constantemente se confunde com irresponsabilidade.
Vi, de relance, outro dia, uma moça dirigindo um carro novo, de luxo, em altíssima velocidade, passando inclusive por um farol fechado para ela.
Alguém que estava comigo no carro disse, “Que coragem”!
Eu respondi que aquele tipo de atitude não denotava coragem e sim uma tremenda irresponsabilidade por parte daquela motorista.
Ela arriscava a própria vida, e pior, a vida dos inocentes que atravessavam seu caminho.
Frequentemente confundimos esses dois termos.
Outro exemplo: algumas pessoas viajam meio doentes, pelo simples fato de não suportarem a idéia de cancelar o passeio.
Coragem?
A meu ver, novamente, irresponsabilidade, pois existe a possibilidade de se sentirem mal dentro do avião, que numa viagem internacional, e longa, coloca sua vida em risco. Mesmo tendo um médico a bordo, ele não dispõe de equipamentos necessários para um atendimento razoável.
E quando corremos um risco pessoal, de uma ameaça de um assalto ou algo parecido, e somos abordados por alguma pessoa com intenções maldosas?
Reagimos de forma “corajosa”?
O ideal, se conseguirmos raciocinar naquele momento difícil, é ficarmos o mais passivos possível e se temos que perder algo material, melhor do que enfrentarmos uma pessoa que provavelmente não está no seu estado normal.
Ele está tentando se apossar de algo que lhe pertence, mas se você o enfrenta pode desencadear uma raiva ainda maior, revolta, ou o que se quer chamar.
Enfrentá-lo é se arriscar a receber uma agressão vinda de uma arma ou do próprio punho da pessoa que o está agredindo.
Nesse caso, enfrentá-lo não tem nada de corajoso, mas, mais uma vez, de grande irresponsabilidade pois, normalmente, quem seguiu esse caminho fora da lei não se incomoda com as consequências.
Mas é importante distinguir claramente a coragem irresponsável da coragem autêntica, de um astronauta, por exemplo.
Imagine entrar naqueles foguetes com uma velocidade especial?
Ao mesmo tempo que deve ser fascinante, e é algo que admiro, nunca teria essa “coragem” pois sou covarde para aventuras que colocam minha vida em risco.
Sou covarde também em parque de diversões. Nunca consegui entrar numa montanha russa. Admiro a coragem autêntica de quem vai e se diverte.
Admiro também a coragem de alguém que deixa uma vida toda, um passado confortável em busca da sua verdade, felicidade e seu futuro, às vezes abrindo mão da segurança emocional e até financeira.
Tenho uma amiga muito querida que é o próprio exemplo de coragem. Casou-se muito jovem. Tinha uma vida de princesa em São Paulo. Mas um dia resolveu dizer basta para as constantes traições do marido. Deixou o conforto de uma vida inteira para recomeçar num país estranho – longe dos amigos e família – mas com integridade. Isso para mim é muita coragem.
Outro exemplo de coragem se mostra em pessoas que abraçam as carreiras de defesa do público, sejam policiais, bombeiros, agentes de segurança de maneira geral, e que agem em nossa proteção.
Mas temos que estar atentos para não se confundir a coragem com a irresponsabilidade.
Lembremos sempre a frase inteligente de meu marido:
“A ausência do medo não diminui o risco”.
Se tiver que escolher, fico com minha covardia. Adoro viver!
Vamos, então, ter coragem e enfrentar a semana que começa agora 🙂
Bom domingo,
Amanda
Publicado em Inteligência Social
Tags: Amanda Delboni, Inteligência Emocional, Inteligência Social, Relacionamentos, Sucesso
Curiosidade: qualidade ou defeito?
Publicado por amandadelboni
A curiosidade, como tudo neste mundo, tem dois aspectos: positivo e negativo.
O positivo se demonstra quando a curiosidade traz alguma luz ao nosso conhecimento, desenvolve nossa inteligência nos obrigando a raciocinar.
Graças à curiosidade de grandes gênios de nossa história e de nossa ciência, fizemos descobertas importantíssimas.
Não tenho dúvida de que a pessoa curiosa aprende e muito, pois ela vai pesquisando, lendo e, a partir dessa atitude, encontrando cada vez mais os detalhes daquilo que se iniciou, muitas vezes, ao acaso.
Essa é a curiosidade construtiva, que produz resultados para a própria pessoa que a desenvolve e também para o mundo que vai usufruir dessas descobertas e invenções.
Agora, vamos convir que a curiosidade negativa que se relaciona com a especulação sobre a vida do próximo é de um tremendo mau gosto.
As informações nos chegam e são repetidas, muitas vezes sem fundamento, e não nos preocupamos em esclarecê-las.
Nesse caso, a curiosidade deveria se manifestar para que não cometamos injustiças em função do que “ouvimos falar”.
Incomodar-se com a vida dos outros e ficar curiosa quanto a isso é também de extremo mau gosto, pois se não se pode ajudar, o melhor é não atrapalhar, como diz o dito popular.
Claro que todos nós sentimos uma certa curiosidade por pessoas, objetos que ainda não conhecíamos, celebridades, mas o que não podemos — e nem devemos — é ficarmos obcecados pela nossa curiosidade sem limites.
Devemos evitar sempre a bisbilhotice e avaliar se a pergunta poderia ferir sigilo ou pudor.
Essa atitude vai permitir ao interlocutor a distinção entre bisbilhotice e o real interesse ao que se está perguntando.
O interesse legítimo por alguém ou por algo que tenha lhe acontecido não significa curiosidade barata, mas sim carinho verdadeiro.
Também no aspecto positivo, temos a curiosidade por assuntos que desconhecemos, como outras religiões, seus costumes e tradições. Nos enriquece o conhecimento, pois isso nos provoca o carinho e o respeito que temos que ter com outras culturas que não seja aquela na qual fomos criados.
Mas tem gente curiosa ao máximo, que atrapalha uma conversa interessante com perguntas inconvenientes e impróprias, normalmente de caráter pessoal que constrange o interlocutor a um ponto de irritação, conseguindo desse modo, estragar uma conversa que poderia ter sido muito interessante e esclarecedora.
A pessoa constrangida acaba passando da alegria do inicio da conversa a uma irritação óbvia para todos.
Já assisti a um espetáculo dessa natureza onde os componentes do grupo não sabiam mais o que dizer.
Resultado final: desastre social e pessoal.
Temos que dar a liberdade para as pessoas dizerem somente o que desejam contar, seja de natureza pessoal ou profissional.
Com mais intimidade e confiança, elas podem se permitir de relatar situações que antes de maior convivência jamais aconteceria.
É importante ter paciência no relacionamento, sem forçar e sem deixar que a curiosidade desagradável ponha a perder uma amizade que poderia ter sido ótima e duradoura.
Mas na verdade agora estou curiosa para saber se você gostou deste blog 🙂
Abraços e bom domingo.
Amanda
Publicado em Inteligência Social
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Emoção
Publicado por amandadelboni
Outro dia recebi o telefonema de uma querida amiga, falando da saúde de seu marido, que teve problemas bem sérios e difíceis e que está ainda em recuperação.
Fiquei muito emocionada e chorei muito falando com ela, o que a deixou também muito triste.
Mas o que mais me emocionou foi seu relato em relação às netinhas do casal.
Crianças de 7 e 9 anos, que passam grande parte do tempo ao lado do avô, e uma delas teria ficado imóvel por mais de uma hora por ele estar dormindo. Não queria acordá-lo.
Tem coisa mais linda do que isso?
Não me envergonho de chorar de emoção. Acho lindo poder me emocionar, e acho que apesar dos problemas que todos enfrentamos no nosso cotidiano, temos que deixar lugar para nos emocionarmos também.
Vemos pessoas que não se permitem sentir emoção, como se fosse vergonhoso chorar porque algo as emocionou.
As pessoas que me conhecem e acompanham minha vida sabem que curto todos os momentos bons com muita alegria e felicidade.
Mas isso não me impede de me emocionar, me comover com a bondade e a tristeza.
Tem momentos de emoção incomparáveis, principalmente quando se trata dos filhos.
Chorei muito:
a primeira vez que minha filha me chamou de mamãe;
o seu primeiro dia de escolinha infantil, quando tivemos que deixá-la sozinha, sem a nossa companhia e proteção;
e o dia que recebeu seu primeiro diplominha da escola.
Não dá para evitar a emoção no dia que você nota a primeira sombra de tristeza no seu olharzinho, e fica imaginando por que será, ou por quem será; a primeira desilusão amorosa na adolescência, e você sabe que não poderia ajudar; a primeira viagem com o colégio, mais uma vez sem a nossa presença, além da saudade, a preocupação com o que poderia acontecer longe dos pais.
Depois vem a emoção da realização profissional dos filhos, que é um motivo de alegria e nos faz saber que toda a orientação que transmitimos valeu a pena.
Choramos de alegria.
E assim, vivemos desses momentos de emoção, que, para mim, também se manifesta quando vejo um quadro triste de miséria humana.
Me faz muito mal passar numa rua, seja de dia ou de noite, e ver alguma pessoa remexendo uma lata de lixo, em busca de algo provavelmente para comer ou se agasalhar.
Felizes os que ainda tem a capacidade de sentir.
Eu choro, sim, e vou vivendo. Daria até um enredo!
Emocionada, lhes deixo meu abraço carinhoso 🙂
Bom domingo,
Amanda
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