Arquivo mensal: dezembro 2014

Ser feliz

Uma amiga muito querida enviou-me uma profunda reflexão outro dia.

Contava que um homem morreu e ao avistar-se com Deus, viu que Ele trazia uma maleta consigo.

Deus lhe disse: “Filho, é hora de irmos”.

O homem, assombrado, disse que tinha ainda muitos planos e Deus falou que era o momento de sua partida e carregava sua maleta.

Ele perguntou a Deus o que Ele levava e Deus lhe disse que eram seus pertences.

Indagou se eram suas roupas, seu dinheiro, e Ele lhe respondeu que isso nunca havia lhe pertencido, que eram bens da Terra.

E assim, continuou a perguntar se eram suas recordações, e Ele disse que essas eram do tempo na Terra.

Seriam os talentos? Também respondeu que eram das circunstâncias.

Familiares e amigos? Também eram, segundo Deus do caminho que ele havia percorrido.

Sua mulher e filhos? Esses teriam sido de seu coração.

Seu corpo? Nunca lhe havia pertencido, pois era pó.

Sua alma?

Deus lhe respondeu: Essa é minha.

O homem, já cheio de medo e uma lágrima de desamparo brotando de seus olhos, retirou a maleta das mãos de Deus e vendo que estava vazia, fez-Lhe a última pergunta:

Então, nunca tive nada?

Ele respondeu: Sim, todos os momentos que você viveu foram somente seus: A Vida, a qual é só um momento, o seu momento.

Por isso enquanto vivemos, devemos desfrutá-la em sua totalidade, e que nada que acreditamos que nos pertence nos detenha.

Foi a lição que o homem recebeu ao se despedir deste mundo, portanto não nos esqueçamos de ser felizes, pois é a única coisa que realmente vale a pena.

As coisas materiais e tudo o mais pelo que lutamos ficam aqui.

Nada levamos, portanto devemos viver a hora, viver a Vida!

Isso nos faz refletir, pois muitas vezes nos deixamos levar pela ilusão e pelo apego aos bens materiais que conseguimos, mas devemos usar nosso discernimento para não valorizarmos exageradamente essas conquistas, lembrando-nos de que tudo fica.

Claro que enquanto estamos vivendo necessitamos lutar pela nossa sobrevivência, mas que isso não seja o propósito principal de nossa existência.

A vida em si é muito mais importante, e devemos também nos apegarmos ao bem que podemos fazer ao nosso próximo, pois isso ficará após nossa partida.

Com isso, valorizamos nossa vida e podemos vivê-la com alegria por tentarmos minorar o sofrimento alheio.

Devemos desfrutar cada momento vivido, viver a vida com bom humor, sem valorizar o que não tem valor e tentar ter a alegria de muitos bons momentos.

Não vale a pena nos aborrecermos por qualquer evento que não tenha saído de acordo com o que planejamos, e pensando bem, será que perdemos grande coisa ao não termos conseguido realizar algo, ou será que aquela realização não seria tão boa assim?

Pequenas coisas podem nos deixar realizados, e isso temos que reconhecer e respeitar, pois muitas vezes não precisamos esperar por grandes acontecimentos, mas sim, reconhecer as pequenas coisas que nos fazem felizes.

Felicidade é, em grande parte, um estado de espírito, e temos que nos habituar a reconhecer que, se não tivesse acontecido aquilo que desejávamos, tudo seria diferente.

E é muito relativo o fato de nos sentirmos felizes, pois o que é motivo de felicidade e realização para um, para outro, pode não significar nada.

E saibamos que, de acordo com a mudança de nossa idade e situação global na vida, nosso conceito de felicidade pode mudar radicalmente.

Assim poderemos ficar felizes com os resultados que temos a capacidade de tentarmos alcançar. Isso se chama autocrítica.

Sejamos frios no nosso julgamento das atividades propícias à nossa realidade, para evitarmos que o suposto fracasso nos torne infelizes pela falta de um julgamento mais real de nossa capacidade.

E não nos esqueçamos de que para sermos felizes precisamos cultivar o amor, em todas as suas formas, amor ao próximo, ou amor paixão.

Boas Festas e um Ano Novo regado de Amor, Saúde e muita Felicidade!

Voltaremos com o blog Inteligência Social no início de 2015!

Bom domingo 🙂

Amanda

Retribuição

“Sempre retribua o mal com o bem”.

Linda frase, difícil de ser seguida na maioria das opiniões que tenho ouvido.

Como retribuir algo de mal que recebemos com o bem, se não estivermos muito bem preparados intimamente? Isso quer dizer, um nível avançado de maturidade emocional e espiritual, que muitos levam uma vida toda, ou muitas mais, para alcançar.

É necessário um sentimento muito grande de desprendimento, pois o mal que tenhamos recebido pode ter nos prejudicado de uma forma que não conseguimos esquecer com facilidade.

Mas, justamente aí reside a diferença entre as pessoas que possuem essa faculdade de perdão e conseguem retribuir o que receberam de mau com algo bonito e bom.

Poucos conseguem, de fato, fazer o bem a quem os tenha eventualmente prejudicado, mas estou certa de que se essa retribuição puder se realizar, e se pensarmos bem, deixando fluir nossa boa emoção, poderemos agradecer o fato de nosso coração nos permitir esse sentimento tão sublime.

A retribuição, como um dos significados, é algo oferecido como agradecimento, mas na verdade pode ser o ato de premiar algo que se recebeu, seja material ou emocionalmente.

Imagine que num momento de tristeza ou de fracasso de alguma atividade, alguém nos console, nos traga algum conforto, através de palavras, de um gesto de carinho.

Numa outra ocasião, essa mesma pessoa poderá estar na posição contrária, necessitando de um consolo, e você deverá, sem dúvida nenhuma, retribuir o que havia recebido anteriormente.

O trabalho de alguém que acabou de nos fazer um favor também pode ser retribuído com uma ajuda material, ou um simples e carinhoso “muito obrigado.”

É importantíssimo sabermos e conseguirmos dizer essas duas palavras, mas pensam que é simples? Tem quem não consiga.

Conheço gente fina, educada, bem criada, que simplesmente não consegue expressar um agradecimento, apesar de acabar de ter recebido um favor.

Isso é negar que precisou da pessoa, pois tem gente que não consegue admitir, mesmo no seu íntimo, que necessitou de ajuda.

Se acha auto-suficiente, talvez por um defeito de sua criação, talvez por orgulho, jamais admitindo que precisou que alguém complementasse uma tarefa que acredita ser unicamente sua obrigação.

Tem gente que se sente humilhada por precisar de alguém, e, muitas vezes, quem se dispôs a ajudar estaria simplesmente, até de certa forma, retribuindo um favor que já havia recebido dessa mesma pessoa.

Muitas vezes, um sorriso significa retribuição a um gesto que foi feito por alguém e que, naquele momento, nem imaginaria o valor e o calor que emitiu.

Fez o favor por ser de sua essência, sua criação, seu íntimo, sem esperar a retribuição.

Isso é uma atitude de desprendimento, de quem faz por ser sua maneira de viver, super elogiável, mas certamente teria ficado ainda mais feliz mediante um reconhecimento de quem recebeu o favor ou a gentileza.

O princípio da retribuição é humano, simpático, e deve ser considerado um dever de humanidade entre as pessoas que, com certeza, se sentirão muito bem consigo mesmas ao fazê-lo.

E aqui, eu tento retribuir a todos vocês que me prestigiam com sua atenção e sua leitura 🙂

Abraços e com domingo,

Amanda

 

Ponderação

Ponderação é o atributo de quem possui o que chamamos de bom senso, prudência nas atitudes a serem tomadas e argúcia para diferenciar o que é importante ou relevante.

Devemos nos comportar em todas as ocasiões com reflexão, e evitarmos tomar atitudes intempestivas para não termos que nos arrepender.  Muitas vezes não nos darão a oportunidade de retificar.

Para tanto, temos que tentar agir sempre sem pressa, e sem sermos tendenciosos, usando o mais possível nossa razão no sentido de não errarmos, ou errarmos o menos possível, e pensarmos bem, pois muitas vezes não teremos a chance de consertar erros que poderíamos não ter cometido.

Portanto, devemos estudar detidamente as situações para que consigamos os resultados que precisamos e dos quais vamos nos beneficiar, nos trazendo alegrias e não preocupações.

Importante ponderarmos todas as possibilidades de sucesso ou de insucesso para evitarmos as decepções que poderiam advir da nossa falta de planejamento ou de nossa expectativa exagerada ou inadequada.

Ponderar é uma característica de quem pensa seriamente antes de agir para não fazer nada repentinamente, sem planejamento, arriscando resultados desastrosos que podem trazer problemas insolúveis ou difíceis de serem resolvidos.

Costumo pensar muito no que pretendo realizar, e escrevo cada pretensão, cada vontade, cada expectativa que quero alcançar, sempre dentro de minhas possibilidades para que a não realização não me transforme numa pessoa decepcionada e amarga.

Mesmo porque sem planejamento e desejo de realização, nada se consegue, nenhum resultado nos chegará, e isso pode nos fazer sentir um misto de fracasso e perda. Se planejarmos e ponderarmos tudo o que desejamos e os possíveis resultados, fica mais fácil lidar com as consequências, sejam elas quais forem.

É importante também a ponderação de princípios, pois evitaremos cometer erros, tanto em relação a outros que nos são próximos, como em relação a nós mesmos.

Façamos exercícios mentais sobre o peso que poderá ter uma atitude impensada, e ponderemos sempre que consequências podem chegar, avaliando se teremos as condições ideais para suportá-las, com o mínimo de sofrimento.

A ponderação tem vários sentidos, pois podemos até mesmo colocar como uma prevenção, se observarmos as diversas possibilidades de todo e qualquer acontecimento em nossa vida, e analisarmos friamente os acontecimentos que nos envolvem todo o tempo.

Até mesmo no sentido de conseguirmos nos esforçar para que nosso raciocínio nos ajude a tomarmos atitudes apropriadas em relação aos fatos do cotidiano.

Ponderar é atitude adulta e madura 🙂

Abraços e bom domingo,

Amanda