Arquivo mensal: novembro 2014

Pensar antes de falar

Não podemos nos esquecer, em primeiro lugar, que as palavras podem ser usadas para construirmos ou destruirmos algo ou algum conceito.

O que falamos, normalmente é uma extensão do que pensamos, por isso prestarmos muita atenção antes de falarmos é primordial para uma convivência pacífica e empreendedora.

Parece simples, mas, se não nos policiarmos, temos a tendência de falar e depois pensar e, na maioria das ocasiões, nos arrependemos, pois podemos sofrer consequências desastrosas, como fazer alguma inimizade que tanto custou para firmarmos um relacionamento.

Emitir uma opinião é algo que pode nos comprometer seriamente, pois nem sempre temos o conhecimento total de uma situação, que geralmente envolve dois ou mais lados. E principalmente se não formos instados a fazê-lo.

Se conhecemos a verdade de um lado, fica difícil opinarmos, pois as informações podem nos chegar deformadas, não por má intenção, mas simplesmente porque a verdade dos fatos vai se transformando à medida que vai sendo transmitida de um para outro.

Me lembro que num passeio internacional que fizemos, o ônibus ia lotado com um grupo muito divertido, e a guia que nos acompanhava inventava brincadeiras para que o tempo passasse mais depressa.

Uma delas consistia em que o primeiro contava um fato para o segundo.

Isso era escrito pela guia.

A história ia sendo transmitida de um para outro até chegar no final do ônibus.

E quando lá chegava, e era repetida, se via que era outra história completamente diferente da que havia sido contada pela primeira pessoa.

A brincadeira, sem consequência e sem nenhuma maldade, demonstra enorme diversidade de descrição.

Por isso, devemos ter o maior cuidado e atenção ao descrevermos algo para alguém, sabermos se o que estamos dizendo corresponde à realidade, e se se trata exatamente do que queremos colocar.

Repito aqui um ditado antigo: “a palavra é de bronze, o silêncio é de ouro”.

Portanto, se tivermos dúvida ou não soubermos o que dizer, melhor a fazer é ficarmos calados.

Já vi situações embaraçosas onde as pessoas emitiram opiniões desagradáveis a respeito de quem não estava presente e outras que ali estavam tinham um relacionamento com a pessoa em questão.

Isso criou um clima de desconforto, e sem nenhuma possibilidade de correção, pois já havia sido falado tudo o que não deveria.

Enfim, a situação ficou tensa e sem nenhuma condição de defesa em favor da pessoa em questão. Se evitamos comentários levianos, não tornaremos o ambiente desconfortável.

Portanto, o maior trunfo de que dispomos é sermos convenientes e discretos ao emitirmos uma opinião, pois muitas vezes num determinado ambiente estamos sujeitos a falarmos mais do que deveriamos e a ofender pessoas que não merecem comentários indiscretos.

Sermos oportunos é o maior prêmio que podemos oferecer aos nossos amigos, pois dessa forma não criaremos problemas de relacionamento e inimizade, que uma vez gerados fica muito difícil para desmanchá-los.

Lembremo-nos sempre de que prevenir é bem melhor que remediar. Ditado antigo, mas eficiente.

Abraços e um ótimo domingo 🙂

Amanda

Perdas e Conquistas

“É facil adquirir um inimigo; difícil é conquistar um amigo”.

Esse ditado encerra uma idéia que pode, de certa forma, ser verdadeira, pois a conquista de um amigo depende de tantas circunstâncias, como a confiança inspirada ao se conhecer alguém, e quando a primeira impressão é errada, dificilmente se tem a segunda chance de revertê-la.

A conquista, seja de confiança, seja amorosa ou profissional, depende da convivência, de como as circunstâncias são encaradas e enfrentadas, e se teremos a oportunidade de tentarmos demonstrar como somos na realidade.

Contra isso, nada podemos fazer, pois é independente de nossa vontade.

Mas, em relação a conquistas profissionais, por exemplo, temos que ter em mente com muita objetividade o que pretendemos como performance em relação ao que projetamos em nossa mente no momento inicial da criação de determinado projeto.

Porque, na verdade, podemos ter a capacidade de idealizar em nossa mente um determinado resultado que, na prática, fica impossível de ser concretizado, e temos que evitar de imaginar o impossível, para não sofrermos frustrações desnecessárias.

Sempre que iniciamos a realização de algo na prática, devemos fazê-lo sem ilusão, contando também com o possível fracasso, para não nos decepcionarmos.

Claro que, para isso, devemos estudar bem tudo o que planejamos.

As conquistas têm um preço, que se manifesta ao iniciarmos uma luta pelo que desejamos, e esse preço nem sempre se dá no sentido financeiro, mas no esforço para se conseguir o que queremos alcançar, seja em que sentido for.

De outro lado, quando falamos em perdas, o primeiro pensamento que nos vem à cabeça é referente a perdas de pessoas queridas, ou perdas financeiras devido a algum prejuizo, que pode ter sido provocado por nós, ou mesmo independente de nossa atuação.

Se pensamos em perdas de pessoas que amamos, nos vem claramente uma tristeza difícil de superarmos, pois envolve, além da tristeza inerente ao acontecimento, a saudade que o convívio permite.

Perda é, na verdade, privação de alguém ou de alguma coisa que possuíamos anteriormente.

E ai, vem, então o desafio de tentarmos, sempre que possível, reconquistar o que perdemos, tenha sido ou não de nossa responsabilidade.

E se conseguimos reaver, reconquistar o que havíamos perdido, temos uma sensação maravilhosa de que nossa capacidade está reativada, e que tivemos o poder de superar as perdas, das quais tenhamos ou não sido responsáveis.

Temos que ter em mente que perder ou ganhar faz parte dos riscos que nos propomos todas as vezes que empreendemos qualquer atividade, seja de que âmbito for.

Portanto, estarmos preparados faz parte de um processo íntimo que nos permite aceitar a derrota ou a vitória, e se tivermos consciência disso, não nos decepcionaremos e, portanto, evitaremos sofrimentos desnecessários.

Mesmo porque passamos a nossa vida, desde que nascemos, enfrentando perdas cada vez que mudamos de idade, conforme vamos passando para novas fases, que são acompanhadas por momentos de crise, ativada, principalmente, pelas mudanças que as novas idades vão impondo.

Vamos, então, tentar conquistar o que pudermos e que faz parte de nossa ambição pessoal, e, se não pudermos conquistar, apesar dos esforços que empreendemos em prol de vitórias, vamos tentar aceitar as perdas, e iniciar novas lutas em função do que desejamos.

Até o próximo domingo, iniciando sempre novas tentativas de conquistas para melhoria de nossa vida 🙂

Grande abraço,

Amanda

 

 

 

 

Transparência

Importantíssima essa característica, tanto em pessoas, quanto em todas as formas de atendimento e convivência, seja pessoal, social e, principalmente, profissional.

A transparência de atitudes permite a quem participa de um grupo ganhar e emitir confiança aos outros.

Do ponto de vista pessoal, a transparência é primordial para que relacionamentos transcorram num clima de bem estar, pois sem a certeza de atitudes honestas será bem difícil se conseguir a boa convivência, ideal para a continuidade de afeto, seja ele de que natureza for.

O que demonstramos fica na memória de quem recebe qualquer tipo de atenção, ou de desatenção, por isso devemos tentar demonstrar exatamente o que sentimos e o que pretendemos, para evitarmos surpresas desagradáveis. E para não passarmos uma imagem indevida para a ocasião.

Mesmo porque quando alguém tem alguma atitude não muito autêntica, todos os circunstantes percebem, e, muitas vezes, fingem que não entenderam por polidez, por conveniência, ou por interesse, e até mesmo por desinteresse de ambas as partes.

Mas claro, a autenticidade deve existir sempre dentro de um padrão de comportamento social modelado.

Lembro que minha filha, com mais ou menos 6 anos, não queria sair do quarto para cumprimentar uma visita que havia chegado. Eu disse que ela teria que vir e ser educada. Quando insisti, ela perguntou: “mamãe, educação é o mesmo que hipocrisia”? Não sei onde ela aprendeu naquela idade a palavra ‘hipocrisia’, mas respondi, “às vezes, é. Vem cumprimentar”.   Por dentro, ria com a situação mas foi uma importante lição para minha filha sobre o equilíbrio entre autenticidade, transparência e educação, o que é fundamental para se viver bem numa sociedade.

Idéias também sobre nossa maneira de pensar a respeito de algo polêmico, como política, religião, negócios, carreiras e outros aspectos de futuro de vida, são muito valiosas quando expostas de maneira autêntica mas com respeito à opinião dos outros.

Se exercemos determinada profissão, onde temos que expor nossas idéias das quais dependem resultados de responsabilidade, e agirmos com transparência, mas também carinho e tolerância, provavelmente nos ouvirão melhor.

Se somos transparentes, todos saberão que não temos duas caras, e, portanto, passaremos uma imagem de confiança, importante em todos os aspectos e para a execução de negócios, de compromissos que se sabe que serão cumpridos.

Nossa imagem é transmitida e implantada de acordo com nossas atitudes durante a vida. Quando há alguma dúvida, seguramente alguém dirá se referindo a você: “fulano agiu dessa forma? Duvido muito”.

Portanto, lembre-se: Você é inteiramente responsável pela imagem que passa para seu próximo.

Importante termos em mente que uma pessoa transparente normalmente mostra-se como é na realidade, pois nada tem a esconder, o que é, na verdade, muito mais cômodo, pois não precisa fazer um esforço para disfarçar tendências.

Honestidade é, portanto, um dos sinônimos mais adequados, a meu ver, para transparência, pois tudo o que se mostra nesse caso, é verdadeiro.

Mas importante lembrarmos sempre, que num convívio social temos que estar atentos para não ferirmos o próximo e usarmos palavras não contundentes, não abdicando de nossa autenticidade.

A verdade acima de tudo!

Abraços e um transparente e ótimo domingo 🙂

Amanda

Reclamar

O ato de reclamar torna-se quase um vício, em se tratando de certas pessoas.

Nada serve, nada foi feito de acordo com o que desejariam, ninguém fez o suficiente, e assim por diante.

As pessoas com essas características, e já conheci algumas delas, passam a vida reclamando de tudo e de todos, de seus funcionários, dos funcionários de lojas que as atendem, dos chefes, dos amigos, da família, enfim, ninguém as satisfaz.

E, claro, vivem infelizes, pois, muitas vezes, nem tudo sai exatamente de acordo com o que desejaríamos, ou que tínhamos em mente.

Mas será que, tendo um pouco de tolerância e/ou paciência, não poderíamos instruir com mais eficiência a quem nos serve de algum modo?

Será que, realmente, explicamos o que gostaríamos que fosse feito e a maneira como estaríamos imaginando?

Será que consideramos todas as variáveis que tal situação poderia nos favorecer a chegarmos a resultados planejados?

Pensemos antes de fazermos reclamações, pois, muitas vezes, nós mesmos fomos os responsáveis pelos efeitos indesejados, quer por falta de planejamento de nossa parte, quer por não termos exposto de maneira mais compreensível o que imaginamos.

Muitas vezes achamos que explicamos de maneira indiscutível algo a alguém, mas temos que considerar se o nível tanto intelectual, quanto a experiência da pessoa que recebeu a ordem, se coadunam com nossa explicação.

E também sempre conhecemos alguém que, mesmo que lhe façam tudo perfeito, encontrará algo a reclamar.

Tudo isso tem muito a ver com a tolerância.

Digo tolerância pois vemos, por exemplo, que uma pessoa que tem a responsabilidade de arrumar sua casa, faz de tudo para que esteja impecável.

Ai, ela se esquece de um pequeno detalhe, e você assume uma atitude de crítica, ao invés de reconhecer tudo o que foi realizado na arrumação, no atendimento de outros aspectos da casa, etc.

Por que cobrar, ainda mais de maneira irritada, como sabemos que existe, e não você mesma fazer?

Ou deixar passar, reconhecendo simplesmente o que foi feito e não o que não foi ?

A própria pessoa que executa um trabalho para você, se sentirá, cada vez mais, responsável, e, creia, tentará fazer sempre mais para que você se sinta feliz.

Normalmente são detalhes tão pequenos que nós mesmos poderemos complementar, sem reclamar.  Claro, dentro de uma lógica de comportamento que incentive a eficiência naquele trabalho.

Outro dia uma pessoa responsável por certas funções em minha casa esqueceu-se de um pequeno detalhe na arrumação, e eu complementei, pois não me custou nada.

Ai, de repente ela se lembrou e me falou, eu disse: já fiz, não se preocupe.

Nunca mais aquilo foi esquecido.

Claro que não estamos aqui nos referindo a reclamações de produtos que chegam com defeitos e que temos a obrigação de tentarmos adquirir substituição para que possamos usá-los – e outras circunstâncias graves.

Mas mesmo assim, podemos fazê-lo com educação, e, provavelmente, seremos melhor atendidos do que os que chegam gritando e exigindo.

Pelo menos, tenho conseguido bons resultados, mesmo usando de meu direito e precisando reclamar, mas o primordial é realmente fazê-lo gentilmente, sem irritação, e principalmente com educação.

Abraços e bom domingo, sem reclamação 🙂

Amanda

Não querer ver

Gosto de citar ditados que escutei desde minha infância, primeiro, porque constituem um aprendizado inesquecível, e, segundo, geralmente, representam verdades incontestáveis.

A sabedoria popular é soberana.

Me traz à lembrança as palavras de minha sábia mãezinha, cuja convivência sempre foi das mais agradáveis e produtivas de que já tive notícia, e de um tirocínio nato.

Ela dizia, “o pior cego é aquele que não quer ver”.

E meu amado marido vai ainda mais longe. Ele diz, “o pior cego é aquele que não quer escutar”. Até metaforicamente falando, quando não consigamos enxergar situações, melhor que escutemos outros que nos querem bem.

Concordo plenamente com essa filosofia.

Muitas vezes, nos deparamos com verdades incontestáveis, que nos recusamos a ver, ou ouvir, nos arriscando a soluções errôneas e consequências com as quais não contávamos ao tomarmos certas atitudes.

Na maioria das situações em que ficamos tendentes a resolver problemas, sejam de relacionamentos, sejam profissionais ou de outros âmbitos, deixamos de decidir por ficarmos presos a sentimentos.

Evitamos, na maioria das vezes, a recorrermos ao nosso raciocínio, que poderia nos mostrar as soluções ideais, ou menos chocantes e infelizes. Mas raciocínio tem um custo emocional e nos recusamos a pagar o preço.

A razão nos mostra soluções que não queremos adotar, por se demonstrarem contrárias ao que desejamos, e isso se constitui no duelo constante de nosso cérebro com nosso coração.

Tento usar a razão sempre que possível, evitando que emoções fortes me dominem.

Claro, nem sempre é fácil. De fato, lutar contra nossas emoções pode ser muito difícil, pois sentimentos nascem do coração.

Vemos, e teimamos em não ver, em grande parte das ocasiões, para não termos que tomar atitudes drásticas que podem ter consequências inesperadas, uma inimizade, por exemplo.

Então, na verdade, não é que não possamos ver, mas sim que não queiramos tomar consciência do que se passa ao nosso redor, nos recusando e, dessa forma, evitando que tenhamos que tomar providências que sabemos não termos condições de suportar, como uma separação, por exemplo.

Conheci uma pessoa, mulher inteligente, bem sucedida, profissional e pessoalmente, que numa determinada época de sua vida conheceu um rapaz que julgou ser seu grande amor.

Com a convivência do namoro passou a perceber atitudes que só a intimidade e o dia a dia conseguem demonstrar.

O relacionamento ficou muito difícil, com ela tomando conhecimento de atitudes que ele assumia diante de situações difíceis, demonstrando absoluta falta de interesse e de capacidade e, além de tudo, vendo seu patrimônio desmoronar.

Mas, apesar de toda essa conscientização da situação, faltou-lhe coragem emocional de interromper o relacionamento, o que provocava uma briga interna envolvendo seu coração e seu raciocínio. Este lhe dizia insistentemente que deveria por um fim naquela relação tão difícil, desequilibrada e onerosa.

Mas sem conseguir terminar, continuaram num clima de litígio constante, traições por parte dele, e terminavam e voltavam, provocando um tremendo desequilíbrio na cabeça sofrida da pessoa em questão.

Até que, depois de algum tempo, tudo ficou bastante complicado, ela perdeu todo o gosto pela vida, se transformando de uma moça linda que era antes desse relacionamento para uma pessoa sofrida, sem conseguir se reerguer emocional e fisicamente.

Ela acabou morrendo, ainda jovem, pois a sua saúde ficou corroída pelo sofrimento contínuo ao qual se deixou submeter.

E igualmente, nos deparamos sempre com essas questões, em diversos ramos de nossa convivência ou de trabalho, devido à “cegueira” que toma conta de nossa falta de visão em determinadas situações, seja porque não queiramos enxergar, ou mesmo porque não conseguimos fazê-lo.

De uma forma ou de outra, devemos nos cuidar para que, dentro do carinho e da dedicação que temos para com o nosso próximo, tentarmos usar nosso raciocínio para que não nos deparemos com uma decepção que poderá prejudicar nossa vida futura.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda