Arquivo mensal: junho 2014

Mesquinhez

“Um espírito mesquinho é como um microscópio: aumenta as pequenas coisas, mas impede de ver as grandes”.

Li esta frase há muitos anos e nunca me esqueci.

Toda vez que noto esse comportamento por parte de alguém me sinto muito triste, pois esse tipo de atitude chega de pessoas das quais jamais esperaria que pudessem se comportar dessa maneira.

Vemos e conhecemos pessoas que, apesar de possuírem um nível financeiro muito confortável, nunca são capazes de ajudar os mais necessitados, como se para elas, os pobres que precisam de ajuda não existissem.

Acho tremendamente desumano esse tipo de comportamento, pois muitas vezes essa gente que acaba de negar uma pequena ajuda, gasta na sua frente, uma verdadeira fortuna com outras “necessidades”.

Outro dia, num cruzamento, veio uma senhora que se via extremamente pobre, pedindo nos carros que por ali passavam.

Paramos e demos para ela R$10, quer dizer, um pequeníssimo valor perante o que temos e gastamos.

Ela fez uma carinha de espanto, alegre, quando viu a nota de R$10.

Agradeceu tanto e nos abençoou, como se lhe tivéssemos dado uma verdadeira fortuna.

Me emocionou profundamente, e me fez pensar muito na importância desse pequeno gesto que, às vezes, mata a fome de um individuo, ao menos naquele momento.

Vejo pessoas, e eu já disse isso em alguns dos meus blogs, que acabam de gastar fortunas num restaurante de luxo, pagaram tanto por um pouco de comida, e naquele mesmo momento, deixam uma gorjeta vergonhosa e não dão caixinha para o manobrista.

Isso tem a ver com avareza, desumanidade, sovinice, e é muito feio de se constatar.

Mas assim, infelizmente, em alguns momentos e acontecimentos, vemos acontecer.

E isso me deixa triste, sem poder naquela hora falar algo, por educação e respeito ao posicionamento de cada um.

Mas existe também algo que me entristece ainda mais, que é a mesquinhez de atitudes, que não envolve dinheiro ou bens materiais, mas a falta de caridade humana, falta de compreensão em relação ao problema de cada um que nos rodeia, seja amigo, funcionário ou quem nos atende esporadicamente.

A pessoa mesquinha, normalmente, se recusa a mudar, apesar de saber que isso deveria ser feito.

Ela, em geral, é uma conformada. Com a mudança, teria que perder a conformidade, e se acha que sabe tudo, então para que aprender?

Esse tipo de gente tem dificuldade até na vida do dia a dia, é ligado no materialismo, só acredita no que pode comprar com o que dispõe financeiramente, e só valoriza quem possui bens materiais, boa casa, bom carro, viagens, etc.

Não tem a mínima humildade, pois sempre acha que está certo. Todos, para ele, são estúpidos. E quando algo dá errado, a culpa é sempre dos outros e nunca dele próprio.

Devemos pensar na reciprocidade de atitudes, como patrões ou funcionários, para não explorarmos ninguém que nos ajude, e nem deixarmos de recompensar a quem nos premia com sua colaboração.

O generoso costuma colaborar; o mesquinho quer tudo e não quer dividir nada.

Podemos, portanto, escolher nossa atitude perante a vida e o nosso próximo.

Abraços e bom domingo, sem mesquinhez de nenhuma espécie 🙂

Amanda

Convicção

Convicção seria, em princípio, uma certeza sobre algo em que acreditamos.

Podemos ter essa certeza baseada em todos os argumentos que ouvimos, em todos os estudos que fizemos a respeito do assunto que nos propusemos pesquisar.

Mas quando temos a certeza de algo em que confiamos, vem, muitas vezes, a tentação de convencer os outros a acreditarem naquilo que nós acreditamos como verdade, como a fé religiosa, a crença em tudo o que aprendemos desde nossa infância.

Só que a certeza é, na verdade, algo difícil de se determinar, pois ela depende de cada indivíduo, sua educação desde criança, quando nos são transmitidos conceitos que vão se modificando durante nossa vida.

Nossas convicções vão se transformando de acordo com a nossa vivência na idade adulta, como consequência de experiências já vividas.

E mesmo sem a certeza de estarmos adequados às mudanças, vamos enfrentando novas convicções e mudando opiniões anteriores de acordo com cada etapa de nossa vida.

Li uma vez uma frase interessante: “A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é, ou melhor, apesar daquilo que você é”.

E o que somos muda com o tempo.

Claro que todos nós, que lutamos pelo sucesso em nossas carreiras e vidas de maneira geral, temos a esperança de que alcançaremos os resultados esperados.

Mas será que lutamos de verdade, estudando para que chegássemos aos efeitos desejados?

Se isso não foi feito, nossas convicções caem por terra.

Convicção é algo mutável – não é absoluto.

Os próprios gostos gastronômicos. Vê como mudam com o tempo?

O absolutismo de idéias é algo retrogrado que impede o crescimento – profissional, emocional, social e espiritual.

Só devemos ter convicção de algo que nos é apresentado com resultado efetivo naquele momento.

Uma decepção em relação a algo que confiávamos cegamente deveria servir como incentivo para uma nova etapa de luta e uma nova convicção de vitória.

Perder a esperança, jamais, e sempre lutar para que nossas convicções sejam realizadas e que possamos estar certos por acreditarmos, pois sem crença fica difícil nossa vida, que contém todas as atividades que planejamos e nas quais acreditamos.

E, na área religiosa, a convicção, a certeza e a fé podem nos ajudar muitíssimo, pois como se diz, a fé remove montanhas. Mas cada um com sua convicção religiosa.

A luta, aliada à fé, nos dá forças para realizarmos muitos de nossos planos.

Mas respeito é uma palavra de peso nessa ocasião. Cada um tem sua convicção. Curtamos nossas certezas, acatando e tentando entender as dos outros.

Abraços e bom domingo 🙂

Amanda

Uso/Abuso do Poder

O uso indevido do poder realmente é algo de uma falta total de humanidade, na maioria das vezes.

Além disso, também denota falta de confiança em si mesmo e na sua própria capacidade de realização.

E como vemos esse tipo de atitude nos mais variados níveis da atividade humana!

Tem gente que não pode ter um mínimo de poder em suas mãos, que o utiliza sem nenhuma consideração com seus subordinados.

De fato, acredito muito na frase, “se quiser conhecer alguém, lhe dê poder”.

Que triste verdade.

Desagradável de assistir e, pior ainda, quando se é vítima desse abuso de poder, por pessoas que chefiam e diretores de empresas que se acham no comando e não se contentam em dar as ordens necessárias ao bom andamento dos negócios, mas fazem questão de pisar nos subordinados para se sentirem superiores.

Ordens podem ser transmitidas com educação, demonstrando que a colaboração só irá concorrer para o crescimento da empresa e que todos terão algum benefício com esse desenvolvimento. Isso se chama liderança.

E esses benefícios podem ser de ordens financeira, social e profissional.

Demonstrando esses propósitos inicialmente, o chefe terá, provavelmente, maior colaboração, pois todos os que se dedicam a uma profissão desejam subir na vida.

Mas transmitir tudo isso sem nenhuma consideração ou gentileza, de maneira grosseira, usando somente o poder, é uma forma de despertar nos subordinados uma certa revolta que não pode ser demonstrada, pois estariam sujeitos a uma demissão.

Claro que, se ocupamos um alto cargo, faz parte de nossa responsabilidade exigir de funcionários o desempenho previsto. Precisamos que tudo saia de acordo com o que foi planejado, pois muitas vezes temos também nossos chefes que exigirão de nós o resultado esperado para o bom andamento da empresa.

Mas existe sempre uma forma gentil de nos comunicarmos, sem a necessidade de usarmos o poder como arma.

Tem empresas que conseguem transmitir essas idéias, e os resultados são, normalmente, os melhores.

Se todos dependemos do bom andamento dos trabalhos, podemos inclusive incutir em nossos funcionários a idéia exata da responsabilidade que nos cabe no atendimento, e no bom andamento de tudo o que fizermos.

Eu tive empresas que atendiam o público, e tratávamos sempre, minha sócia e eu, nossos funcionários com o mesmo carinho e respeito que exigíamos deles em relação aos nossos clientes, nossos verdadeiros patrões. E eles compreendiam a importância dos clientes, assim como do espírito de colaboração.

Mas os funcionários só se conscientizam dessa responsabilidade se transmitimos esses conceitos claramente, dispensando o desnecessário uso do poder. Ordens podem ser dadas, pura e simplesmente, com consideração, e não como se as pessoas fossem máquinas.

Gente é gente, e precisamos tratar todos com educação, respeito, explicando nossos objetivos, sem usarmos indistintamente o poder, simplesmente dando ordens.

Para mim, colaboração é tudo. Nunca precisei usar o poder para incutir esse sentimento nos meus funcionários, seja em casa ou nas empresas que tive.

Tente passar um dia sem dar uma ordem bruta. Simplesmente, sorria e oriente. Depois me relatem o resultado 🙂

Abraços e um ótimo domingo,

Amanda

Equilíbrio

Uma vez li uma passagem interessante:

Dois amigos foram a uma banca de jornal, um deles cumprimentou o jornaleiro amavelmente, mas, como retorno, recebeu um tratamento rude e grosseiro.

Pegando o jornal, que foi atirado em sua direção, o amigo sorriu atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.

Quando foram de volta, descendo a rua, o amigo perguntou ao que tinha sido vítima da grosseria do jornaleiro:

“Ele sempre lhe trata com tanta grosseria?”

Ele respondeu: “Sim, infelizmente é sempre assim”.

O outro: “E você é sempre atencioso e amável com ele?”

“Sim, sempre sou”.

E o outro perguntou porque ele era sempre educado, já que o jornaleiro era tão rude.

E respondeu:

“Porque não quero que ele decida como eu devo agir”.

Na verdade, dentro dessa filosofia, o autor afirma que não são os ambientes que nos transformam, e sim nós que transformamos os ambientes.

Certíssimo, em minha opinião, e tenho experiência de sobra, pois como sou bem humorada, por natureza, sempre me dirijo aos outros com educação e bom humor, tentando entender que, quem está naquele momento me servindo de alguma forma, tem seus problemas, que nem sempre estão com possibilidade de solução.

Se olhamos as pessoas que nos rodeiam com amor, e sem o preconceito que nos afasta delas, vemos seres humanos e não somente máquinas que nos prestam serviços, seja em nosso ambiente diário, seja na casa de outros amigos.

Quem de nós conhece como é a vida de alguém, que naquele momento está nos servindo um salgadinho de camarão ou de caviar numa festa, e nem sequer tem dinheiro em casa para comprar o trivial?

Temos que achar, naturalmente, o equilíbrio para que o tratamento e o andamento de nossa vida, em geral, seja um fator de bem viver.

Nem tanto, nem tão pouco, aprendi desde cedo com meus pais, que tentavam sempre nos mostrar que o equilíbrio de atitudes, em qualquer ocasião, é muito importante, fosse no trabalho, nos estudos, com amigos, com funcionários, enfim, com quem tivéssemos a oportunidade de nos relacionarmos.

Encontrar o ponto de equilíbrio em todos os aspectos de nossa vida não é fácil, mas devemos nos esforçar, usando nossos sentimentos e nosso raciocínio para tornarmos a convivência com amigos e conhecidos o mais agradável possível.

Mesmo porque esse ponto ideal não se refere somente a convivência, mas também ás possibilidades materiais de que podemos dispor.

Por exemplo, efetuar gastos acima das nossas possibilidades poderá gerar, além de dificuldades financeiras, alguns desgostos de relacionamento tanto na família, quanto na nossa vida prática, muitas vezes dificultando a aquisição de bens essenciais.

Conheço pessoas que se desequilibram com gastos relacionados a vaidade e exibição de marcas e deixam de atender a despesas fundamentais, como, por exemplo, a aquisição de uma casa própria ou atendimento referente a saúde.

Cuidemos, portanto, em primeiro lugar, das prioridades de nossa família, do lar que criamos, para que nossos momentos felizes não sejam maculados por algo que, na verdade, muitas vezes, não é tão importante na vida.

Para mim, o que realmente importa é o bem estar, a paz e a harmonia.

E o segredo para esse desafio e essa conquista diária é o equilíbrio de atitudes 🙂

Abraços e um ótimo domingo,

Amanda

Segunda Chance

Semana passada abordamos o tema referente a primeira impressão e recebemos muitos comentários de pessoas falando da importancia da segunda chance, e concordo plenamente com todas elas.

Tanto assim que hoje foquei exatamente na segunda chance que temos que dar a nós mesmos e a outras pessoas com quem nos relacionamos, e as quais talvez não nos tenha conquistado na primeira vez em que nos vimos.

Cito com frequencia uma frase que gosto muito, de um grande filósofo da antiguidade: “Quem pensa, muda”.

Claro que é importante tentarmos deixar sempre uma primeira boa impressão, que permanece quando conhecemos alguém.

Mas, ao mesmo tempo que devemos ter cuidado para não deixarmos uma má primeira impressão, é importante também estarmos abertos e dispostos a rever, dando assim, uma segunda chance a pessoas, lugares, relacionamentos, etc.

Quem pensa, muda. E a vida nos proporciona, muitas vezes, surpresas inimagináveis, e nos apresenta, até mesmo inesperadamente, uma segunda chance de reconsiderarmos nosso juízo anterior, que, por algum problema de aparência, ou comentários de outras pessoas, podem mudar nossa impressão inicial.

Temos que estar abertos para novo raciocínio, novas experiências, novos juízos diferentes do que fizemos anteriormente.

Claro que temos que nos esforçar para sempre causar uma boa primeira impressão, pois, como disse, muitas vezes não teremos essa segunda chance de renovar nossas idéias a respeito de determinadas pessoas.

Podem não nos dar essa oportunidade.

Mas devemos, sempre que possivel, tentar desfazer uma má primeira impressão, tanto de nós para outros, como ao contrário.

Uma segunda chance é como um prêmio que ganhamos da vida por algum merecimento – ou até um aprendizado, ao reconhecermos nosso erro de precipitação de julgamento.

Ao procurarmos conhecer melhor o interior de quem teria nos causado incialmente uma primeira má impressão, estamos praticando também a humildade.

Isso pode acontecer ao sermos apresentados, por exemplo, em momento não adequado, a alguém que está apressado, que está vivendo um drama que desconhecemos, acabou de perder um trabalho que era importante para seu desenvolvimento ou um ente querido.

Mas, exatamente por isso, podemos nos dar e também dar à pessoa que nos causou um impressão não muito positiva, uma segunda chance.

Chance de conhecer melhor, de compreender melhor o que a teria levado a agir de maneira não muito simpática, os problemas que estaria enfrentando quando nos encontramos, notícias que pode ter recebido exatamente naquele instante, e muitas outras probabilidades que a teriam motivado a agir de maneira não muito agradável.

Compreensão, em geral, é a palavra chave.

Me lembro de alguém me relatando sobre como a segunda chance a fez considerar completamente diferente uma pessoa que havia conhecido.

Era uma profissional de alto nível, mas como todos que lidam com o público, são vítimas de comentários os mais variados.

E essa amiga se influenciou e inicialmente não gostou dessa pessoa, não fazendo questão de intensificar o contato e iniciar uma convivência.

Com o passar do tempo, muita gente próxima começou a ser atendida por essa profissional que minha amiga desgostou no primeiro contato, e a fazer comentários positivos sobre ela, demonstrando sua capacidade de atendimento, eficiência nos resultados alcançados e simpatia.

Minha amiga se deu uma segunda chance em relação a essa profissional, e surpreendeu-se positivamente. Hoje são amigas.

É importante intensificarmos nosso desejo de podermos desfazer a primeira má impressão, mas devemos também nos esforçarmos, para que não façamos juízos intempestivos antes de conhecermos alguém realmente.

Grande abraço e um ótimo domingo, repleto de segundas chances 🙂

Amanda