Arquivo mensal: agosto 2012

Convivência

Aprendi, desde cedo, em minha vida, que conviver é uma arte.

Realmente, quanto mais vamos desenvolvendo essa atividade, e isso fazemos durante toda a nossa existência, mais aprendemos, e é um aprendizado que nunca termina.

Na verdade, nunca chegaremos a uma conclusão de como conviver bem todo o tempo com o nosso próximo — e muito menos com o não tão próximo.

As pessoas se ofendem com muita facilidade, e para que a convivência não se torne algo pesado, muitas vezes vamos cedendo e cedendo.

Na maioria das situações, acabamos nos frustrando quando percebemos que não fomos compreendidos nas nossas atitudes ou palavras.

É, de certa forma, fatigante, pois as atitudes tem que ser planejadas, o que tira completamente a espontaneidade.

Reparem que, às vezes, ficamos sem liberdade de recusar um convite para uma programação que simplesmente não nos agrada.

Será que há algum modo especial de dizer que não curtimos a atividade que nos foi sugerida?

A amizade carinhosa deveria nos dar essa oportunidade de sermos sinceros com quem amamos.

Não podemos exigir nem esperar que nossos parentes  ou amigos concordem com tudo que gostamos de fazer, ver, assistir ou vestir, pois isso seria de um tremendo egoísmo.

Deve haver um consenso – de forma autêntica, natural e espontânea, ou do contrário perde-se o significado verdadeiro da palavra amizade.

Devemos e podemos sempre manifestar nossas idéias, gostos e reflexões com clareza e sinceridade.

Dessa forma, ao tomarmos uma atitude que pareça ofensiva  ao próximo, não seremos condenados, e, muitas vezes, banidos de um grupo injustamente por não gostar de um ou outro programa, por exemplo.

Tento evitar interpretações injustas para manter a convivência plena com todos os que me cercam.

Mas já vi situações em que amigos contam que ficaram ofendidíssimos com outros que precisaram desligar um telefonema para cuidar de uma situação de emergência ou atender outra chamada mais urgente naquele momento.

Aí, é importante nos lembrarmos do blog da outra semana: prioridades.

Não somos a prioridade de todos em todos os momentos, nem todos são nossas prioridades em todos os momentos.

Se entendermos isso, teremos mais chance de uma convivência social harmoniosa.

A cobrança é um veneno e muitas vezes injusta.

Convivência deveria ser sinônimo de respeito e cerimônia.

Reparem que temos uma certa cerimônia com quem acabamos de conhecer ou temos pouco convívio, então por que não agir da mesma forma com quem convivemos mais intimamente?

Nos tempos que correm, os ânimos estão cada vez mais exaltados e os temores –fundados ou infundados — cada vez mais inquietantes.

O tempo vai rareando, tentando escapar do nosso controle, e isso faz com que desprezemos preceitos básicos de convívio, às vezes nos forçando atitudes que, se ponderadas, não seriam aquelas que gostaríamos de ter tido.

Convívio é, antes de tudo, respeito pelas diferenças.

Não nos esqueçamos de que ao desenvolvermos continuamente qualidades tais como  conduta de convivência, temperança e sociabilidade, estaremos silenciosa e progressivamente indo rumo a uma situação invejável e difícil, chamada liderança.

Tento ter cuidado para não ser intransigente.

As pessoas, em geral, se ofendem de forma absurda, na maioria das vezes, por erro de julgamento.  Sempre achamos que haverá compreensão, em função da amizade e  da intimidade que se julgava privar.

Devemos nos esforçar para desenvolver esse sentimento puro, que pode colaborar em muito para o entendimento mútuo e o bem estar no nosso dia a dia.

Convivência é inteligência, aceitação e compreensão.

Abraços e bom domingo,

Amanda

Surpresa

Sempre escutei minha mãe dizer: “De onde não se espera é que vem”.

Concordo plenamente.

Muitas vezes, pensamos poder contar com a ajuda de alguém em uma situação especial, nem que seja simplesmente sua presença, e a pessoa não vem.

Em compensação, numa ocasião difícil, chegam pessoas que nem imaginávamos, oferecendo seu carinho, e aqui nem falamos em ajuda financeira, mas o carinho que naquele momento tanto estávamos necessitando.

A reação das pessoas à surpresa sempre me surpreende.

Enquanto pode ser algo muito agradável e prazeroso para alguns, pode também servir de extremo constrangimento para outros.

Tem quem goste, por exemplo, de surpresas, e as receba com carinho, mas já vivi o desapontamento de organizar uma festa onde a homenageada recebeu o ato com enorme irritação e desaprovação.  Até os convidados perceberam o fracasso da empreitada.  Aprendi a lição e atualmente tomo muito cuidado antes de programar uma festa surpresa.

Eu, pessoalmente, adoro ser surpreendida pelas pessoas, ainda mais quando a imagem de alguém não tem nada a ver com a realidade.

Quantas vezes alguém diz, fulano é metido? Ai conheço a pessoa e constato que é uma pessoa extremamente simples, de trato muito fácil – mas tímida.

Claro, o contrário também pode ocorrer.  Já conheci pessoas aparentemente adoráveis que no convívio mais intimo se mostram dificílimas – uma surpresa negativa, principalmente em viagens.

Para evitar surpresas desagradáveis, adoto uma política de vida de baixa expectativa sem o devido conhecimento prévio, ou seja, evito o pré-julgamento em todos os sentidos.

Temos que ter em mente que as pessoas não podem nos dar o que não possuem.

Sempre escuto de amigos que ficaram chateados que outros não lhe deram um presente bonito no aniversário.  Mas, às vezes, pode não ter sido por esquecimento e, sim, por dificuldade financeira do momento.

Como alguém que está atravessando uma crise financeira pode oferecer algo que custe dinheiro e que provavelmente vai lhe fazer falta?

Se achamos que é má vontade sem conhecermos o real motivo, nos surpreendemos e nos decepcionamos – às vezes injustamente.

Um exemplo que nunca esqueci foi de amigos queridos que estavam passando por uma tremenda crise financeira, o que mudou por completo sua vida social.  Pararam de convidar e de ser convidados por muitas pessoas com quem conviviam frequentemente.

Ficamos, portanto, surpreendidos e felizes quando o casal nos convidou para jantar em sua casa um dia.

Serviram saladas.  E nós adoramos.  Estavam deliciosas.  A noite foi agradabilíssima e nos divertimos demais.

Emocionada, lhes digo que esse foi um dos melhores jantares de nossas vidas, uma surpresa tão linda da qual nunca nos esqueceremos.

Uma das grandes armas para não nos surpreendermos ou nos decepcionarmos é não termos expectativas com o que e quem não conhecemos e ao mesmo tempo saber o que esperar do que e quem conhecemos de forma realista, sem cobrança.

Assim evitamos as surpresas desagradáveis e não nos ofendemos sem necessidade.

Às vezes, nem sabemos o porque de uma reação inesperada de outras pessoas.  Se soubéssemos, talvez desculpássemos uma atitude que taxamos de antipática ou que achamos desmerecida.

Se não temos conhecimento dos problemas que essa pessoa estaria atravessando e que podem determinar uma atitude que não esperávamos, nossa reação pode ser de surpresa e decepção.

Por outro lado, se já conhecemos há mais tempo pessoas que agem sempre de maneira estranha, não nos surpreendemos.

Ou as compreendemos e aceitamos, e as amamos como são, ou interrompemos a relação. Não tem outra alternativa.

Desculpem se os surpreendi 🙂

Bom domingo

Abraços,

Amanda Delboni

Prioridades

Prioridade é essencial para se obter sucesso profissional, pessoal e social na vida.

Uma frase muito comum é “não tenho tempo”.  Mas tempo é relativo.  É tudo questão de prioridade naquele momento.

Uma das maiores lições para se desenvolver a inteligência social é justamente aprender a priorizar as atividades, seja qual for o âmbito dos compromissos, de uma reunião com um cliente a um almoço com uma amiga.

E um dos grandes desafios é conseguirmos distinguir entre todas as prioridades da vida moderna para que nossos compromissos sejam cumpridos integralmente, de acordo com a importância e a urgência que se fazem necessárias.

É praticamente impossível estabelecer o mais urgente e principal em nossas atividades diárias, sem optar pelo que achamos o mais importante, ou necessário.

As prioridades, na maioria das vezes, estão diretamente ligadas às nossas opções e interesses.   Todos nós optamos por fazer uma coisa ao invés de outra e estarmos em um lugar ao invés de outro.

Temos também que reconhecer e aceitar quando não somos a prioridade de alguém em algum momento.  Não há nada de errado com isso.

Na vida profissional, precisamos determinar as prioridades do trabalho que deverão ser apresentados no prazo combinado e analisar o que nos tomará mais tempo, mesmo porque sempre dependemos de trabalhos de terceiros enquanto outros dependem de nós.  E se prometemos resultados, temos a obrigação de cumprir.

Na agenda pessoal, tentamos coordenar encontros, a família, as compras, o horário do dentista e do médico, os exames, o cinema, o teatro, as aulas, a leitura que preenche nossa vida e outras atividades que nos dão prazer.

Para encontros com amigos, como definir a prioridade dos convites que lhes fazemos e aqueles que recebemos?

Eu determino minhas prioridades sociais de acordo com as retribuições que tenho o prazer de fazer, e sempre priorizo visitas a amigos adoentados, ou que se encontram em hospital para algum tratamento ou cirurgia.

Quem está debilitado por algum mal estar se sente mais confortado ao ver um rosto amigo.  E amizade, para mim, é sagrado.

Sou extremamente grata quando estou com a saúde prejudicada e recebo uma visita amiga, pois tenho consciência de que aquela pessoa deixou de fazer algo para me confortar.  Ela fez uma escolha consciente de uso do seu tempo, e fui sua prioridade naquele momento.

Outro aspecto de prioridade para mim é quando sou convidada para uma cerimônia formal, seja, por exemplo, casamento, batizado ou homenagens especiais.  E se tiver que escolher – por conflito de horário com outros compromissos inadiáveis — entre a festa e a cerimônia em si, vou na cerimônia.  Considero extremamente deselegante as pessoas faltarem às cerimônias e irem diretamente às festas correspondentes.

Eu tento coordenar os meus horários para que um compromisso não fique prejudicado por outro.  Se a agenda está cheia, de compromissos que escolhi marcar, acordo cedo e tento seguir todos os horários pontualmente.

Ninguém me obrigou a marcar 10 coisas em um dia.   Se eu o fiz é porque consigo comparecer a todos de acordo com as minhas prioridades do momento.

Por tudo isso, priorizar os compromissos é uma arte que temos que cultivar para tornar nossa vida mais simples e ter consideração com o próximo, que também tem  seus próprios compromissos e suas prioridades, e que nem sempre somos nós.

Agradeço  por  dispor de alguns momentos para ler meu blog que foi uma prioridade para mim.

Ótimo domingo e Feliz Dia dos Pais,

Amanda

Expectativas

Já repararam que, na maioria das vezes, criamos expectativas a respeito de tudo e de todos?

Na verdade, podemos nos surpreender, pois nem sempre nossas expectativas corresponderão à realidade em relação a pessoas ou acontecimentos.

Vemos, por exemplo, um trailer de um filme, e quando vamos assisti-lo, nos decepcionamos porque muitas vezes nos mostram, à primeira vista, somente os momentos que despertam a nossa curiosidade quanto à continuação ou ao desfecho que nem sempre corresponde ao resultado que esperávamos.

E as pessoas?

Conhecemos, conversamos e, quando temos que recomendá-las a alguém, seja como funcionárias ou para uma simples convivência, temos que pensar bem.

Li uma vez um livro cujo titulo é: “Todo mundo é incompetente, inclusive você”, dos autores Laurence J. Peter e Raymond Hull.

Muitas vezes funcionários que correspondem ou até superam nossas expectativas em um trabalho especifico podem não ter condições de executar outra função ou em outro lugar o mesmo que nos ofereceram.

Todos nós, de maneira geral, temos o nosso nível de incompetência, em qualquer  setor de atividade.

É sempre um risco, por exemplo, promover uma pessoa dentro de uma organização antes que ela esteja  preparada para o novo cargo.

Um bom líder tem experiência para reconhecer as aptidões da equipe, sem falsas expectativas, e promover cada um no momento certo, para que o funcionário continue exercendo suas funções  com a mesma eficácia.

Eu, pessoalmente, tive uma experiência interessante nesse sentido.

Como sou farmacêutica, e não encontrava trabalho na área, passei a buscar outro ramo de atividade.  Havia estudado também administração e comecei a me candidatar a secretária executiva.

Me sai bem no trabalho e fui promovida a assessora financeira.

Sempre acho que podemos preparar pessoas de nossa confiança para cargos superiores desde que tenham correspondido às nossas expectativas em cada incumbência para as quais os tenhamos responsabilizado anteriormente.

Agi dessa forma com meus funcionários e encontrei muitos deles dispostos a mudar de função e provaram a si mesmos e a mim que estávamos certos quanto às expectativas que tivemos em relação a eles.

Nunca me arrependi.

O mesmo ocorre com amigos.  Não podemos esperar que eles nos socorram em tudo e em todos os momentos que precisamos, pois, muitas vezes, eles não têm condições, sejam financeiras, comerciais ou emocionais de nos ajudar.

E ai vem a decepção e a cobrança injusta.

Portanto, ao solicitar auxílio a um amigo, pensemos bem, se ele terá condições de corresponder ao que esperamos dele.  Se não tiver, não vamos julgá-lo erradamente,  achando que houve má vontade, quando na verdade, ele não tinha condições de atender ao que nosso pedido exigia.

E assim ocorre também com viagens, que podem gerar grandes expectativas — boas ou ruins.

Nos preparamos para sair de merecidas férias, gastamos tempo selecionando local, hotel, passeios, e ao chegar, muitas vezes depois de termos pago pela hospedagem e tudo o mais, vemos que nada daquilo que estava nos folhetos  correspondia à nossa previsão.

É triste, desanimador, expectativas frustradas, mas o que fazer?

Eu procuro sempre enfrentar de bom humor e aproveitar cada situação no seu tempo e cada pessoa no momento de vida.

E minha expectativa hoje é de que vocês, queridos amigos, gostem deste blog 🙂

Abraços e bom domingo,

Amanda