Vítima

Todos nós já nos deparamos com alguém que se acha sempre vítima e sofredora, sem nem mesmo ter passado por algo que realmente a teria ferido tanto física quanto emocionalmente.

Essa condição, para esse tipo de gente, se torna um ponto comum, e nem eles, muitas vezes, saberiam explicar o motivo desse julgamento em relação a si próprios.

Considero vítima, realmente, alguém que contrai alguma doença incurável, uma perda inesperada de alguma pessoa querida, e mesmo uma perda material, resultante de desgraças advindas de acidentes da natureza.

Isso, sim, seriam alguns motivos para se considerar uma vítima, uma sofredora, pois muitos desses problemas ficam aparentemente sem solução, pelo menos, no momento em que nos deparamos com eles.

Mas há pessoas que pelo menor problema ficam chorando pelos cantos, sem enfrentar a situação.  Acreditam que a humanidade tenha contas a acertar com elas e está se recusando a fazê-lo.

Eu nunca tive a inclinação para vítima, sempre tentei e consegui superar os problemas que chegaram em minha vida.

Minha fé sempre me ajudou muito, mas aliada à fé, temos que lutar para conseguir passar pelos momentos difíceis.

Tive esse exemplo na família.

Meu avô paterno foi uma pessoa de muitas posses, e perdeu tudo por esses revezes que a vida, às vezes, nos apresenta.

Meu pai e os seus irmãos foram à luta, e todos trabalharam no sentido de vencer aquela etapa difícil.

Meu pai foi barbeiro, e se saiu muito bem na profissão, como tudo o que fez na sua vida.

Nunca agiu ou se sentiu vítima dos acontecimentos pelos quais ele não teve influência.

Aconteceram independente de sua vontade e ele lutou para se manter.

Estudou, fez direito, psicologia, escreveu mais de 50 livros e criou a filosofia “O Energismo”.  Fez sucesso, dava aulas, tinha seu consultório, angariou uma imagem de seriedade.  Nunca agiu como vitima dos acontecimentos.

Mas quando éramos pequenos, meu irmão e eu, em função de tudo isso e da luta  empreendida por meu pai, realmente em nossa casa havia um ambiente de muita cultura mas pouco dinheiro.

Isso, no entanto, nunca nos incomodou.  Meu pai fazia questão que estudássemos nos melhores colégios da época.  Fazíamos parte de amigos de muito mais posses que nós, éramos queridos por todos da cidade, e na verdade, nem notávamos que nossas posses não eram tão poderosas.

Fazíamos parte de equipes em todos os setores de atividades, e nem passava pela nossa cabeça nos considerarmos vítimas de alguma discriminação por possuirmos menos bens materiais que os outros com quem convivíamos.

Para nós, isso nunca fez a mínima diferença, assim como convivíamos com pessoas de menos posses e fomos criados para, da mesma forma, não termos preconceitos com as diferenças, fossem de cor de pele quanto de posses materiais.

Nunca nos consideramos superiores ou inferiores a quem quer que fosse.

Nossos pais nos educaram para fazermos a nossa parte, nem vítimas, nem superiores.

Iguais, sempre foi nosso lema de vida, foi o que aprendemos.  E é assim que eu vivo e assim que eduquei minha filha.

Abraços e um ótimo domingo 🙂

Amanda

Publicado em março 2, 2014, em Inteligência Social e marcado como , , , , . Adicione o link aos favoritos. 8 Comentários.

  1. Linda história de vida,um exemplo para qualquer um !!!
    Grande abraço,
    Paulete.

  2. Querida Amanda,
    Muito bonita a estória da sua vida e parabéns pela força e energia que você tem sempre.
    Estou com saudades de você, do João.
    Ando correndo pois tenho o casamento da minha filha mais velha, Eliza, dia 28/06 e são um monte de preparações. É na Italia, no Lago de Garda.
    Mas adorei o seu blog. Detesto ser vitima também, não combina comigo.
    Beijos, saudades.
    Da amiga, Maria Inês.

  3. Amanda querida , aprecio sempre os temas que levanta e esse em especial conta a sua história junto aos seus que lhes deixou um bom legado em Cultura e na forma em que vivem Faço apenas uma consideração , é a história e os valores da sua família e considero impossível a partir daí ‘catalogar’ outros casos. Experiência não se transfere , cada um sabe de si não fosse assim , Édipo não teria matado o padrasto , tio que se tornou amante da mãe ‘. Gosto dos seus temas porque eles nos levam à reflexão e à troca de experiências .Muito obrigada por fazer parte desse troca , linda semana , Beijos
    Tereza Duarte 🙂

  4. Oi Amanda:
    Lindo o que você falou.
    Como sempre, a abordagem que você desenvolve sobre os temas escolhidos são repletas de bom senso, sensibilidade e sobretudo verdade e carinho.
    Com esta sabedoria de vida tão explícita e grandiosa você passa grandes e bons exemplos de vida.
    Parabéns.
    Beijos
    Elzi
    .

  5. Viver não é fácil, querida. Por mais bem pavimentado que seja nosso caminho, os obstáculos surgem, seja por uma doença, um acidente, uma perda ou uma frustração. Motivos não faltam! Deste modo, aquele que se coloca sempre numa posição de vítima, é cego diante da realidade do mundo. Por egoísmo, pouca inteligencia, falta de percepção, comodismo ou esperteza. Azar dele, pois o mundo não perdoa, e dia virá em que terá sobejas razões para se tornar de fato uma vítima da armadilha que ao longo da vida preparou para sí. O coitadinho ignorou que nossos desejos atraem a realidade que plantamos em nosso caminho.

  6. Comparto tua filosofia de fazer uma limonada caso a vida te dê limões….

  7. Muito bom Armanda.

    Vou mandar para alguns conhecidos que sei estão precisando refletir sobre o tema

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    “The biggest Brazilian consulting company in the USA”

    Carlo Barbieri
    President

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