Arquivo diário: outubro 26, 2014

Disponibilidade

“Submeter-se não significa ser escravo, mas ser livre para receber santos conselhos”.

Bela colocação em relação ao conceito de submissão, um pensamento creditado a um religioso, mas que tão adequadamente resume esse conceito, que não passa de uma disposição – de nos colocarmos disponíveis — para dar e receber, tanto conselhos, quanto atitudes de auxílio a quem necessita.

Isso é disponibilidade: o ato de estarmos disponíveis a qualquer momento e para qualquer atividade à qual nos dispusermos ou sejamos convocados ou convidados a completar.

Claro, o fato de estarmos disponíveis não quer dizer que sempre estaremos dispostos a executar tarefas que não nos agradem, ou que não sejam inerentes à nossa atividade profissional.

Tenho ouvido falar de chefes de empresas que usam o tempo disponível de seus funcionários — e às vezes fora de seus horários de trabalho — pedindo-lhes que executem tarefas que não são de sua alçada e nem mesmo sua obrigação. Falo de casos absurdos como um funcionário com mestrado e cargo alto tendo que trocar pneu de carro de chefe no fim de semana.

Isso é exploração, como se diz, do homem pelo homem, e é mesmo um abuso de autoridade, pois negar pedido do chefe pode ser sinônimo de demissão ou de perseguição.

Claro que numa situação emergencial, devemos até mesmo nos oferecermos para auxiliar. Colaboração, dentro de um espírito empresarial, em situações de emergência, sempre se faz quase obrigatória, mas deve haver um sentido de reconhecimento por parte de quem recebeu a devida ajuda.

Percebam que sempre conhecemos pessoas com as quais podemos contar, seja em que circunstâncias forem, tanto de atenção, quanto de ajuda mecânica, financeira, enfim, como dizemos, para qualquer eventualidade em que sejam solicitadas. Estão sempre disponíveis e com um sorriso no rosto.

E também há outras que, mesmo sem serem convocadas, parecem adivinhar nossas necessidades, e aparecem sempre na hora oportuna e cheias de disposição, como se fôssemos os únicos e ninguém mais as necessitasse.

Sem precisarmos falar, elas chegam e dão sua mensagem, estão sempre aparentemente disponíveis e dão a sensação, espontaneamente, de que somente estão à nossa disposição e não têm mais nada a fazer na vida a não ser nos ajudar.

Essa sensação de disponibilidade é muito confortável para quem recebe qualquer tipo de auxilio, ao contrário de outras pessoas que, para tudo e para todos exibem uma sensação constante de que aquela ajuda que estão nos dando é resultado de grande sacrifício tanto do ponto de vista moral, algum conselho, pura e simplesmente, ou mesmo ajuda financeira e outras.

Havia uma vizinha de minhas tias em Minas Gerais que ficou marcada por um apelido, pois tudo que lhe perguntavam, respondia “um sacrifício”, o que lhe rendeu o apelido de “Maria sacrifício”.

Nada a fazia feliz ou contente, e isso acontece muitas vezes com pessoas que conhecemos, pois, por mais que a vida lhes dê, nada as torna felizes.

São as eternas descontentes, e com isso, ficam sempre indisponíveis para que as coisas boas cheguem às suas vidas.

Devemos nos disciplinar para termos disponibilidade para que as pessoas nos procurem e nos ofereçam uma amizade, pois nossa vida se torna mais fácil e divertida quando a dividimos com os amigos.

Aprendemos sempre com a convivência, se soubermos ouvir e se estivermos disponíveis para isso.

Abraços e bom domingo, com toda a disponibilidade do mundo 🙂

Amanda