Arquivo diário: junho 17, 2012

Gente é muito bom

Eu gosto muito de gente, estar com gente, aprender com gente, sofrer com gente amiga, participar de suas alegrias e tristezas, seus momentos de vitórias e também de suas derrotas. Tudo isso faz parte de nosso cotidiano.

E com gente aprendemos em todos os sentidos.  É só estarmos  atentos, porque com a correria e a falta de tempo, nossa tendência é não prestar muita atenção ao que as pessoas dizem ou querem nos contar.

Há poucos dias parei na lanchonete do clube para comer uma salada rapidamente, pois naquele dia eu não dispunha de muito tempo pelos compromissos que já havia assumido.

Me sentei numa mesa localizada num determinado ponto da entrada, assim tinha a vista de todo o ambiente.

Mas comecei a reparar que todos que ali chegavam se sentavam de costas uns para os outros, e não ficavam nem de frente para a vista das piscinas, que é muito bonita.

Estavam sentados de costas mesmo, como que tentando se esconder uns dos outros.  Percebi que, na verdade, não queriam nem o contato do olhar do outro.  Estavam todos de lado e de costas uns para os outros – como se olhando para um paredão.

Ai comecei a observar mais cuidadosamente.

Na mesa a meu lado, sentou-se uma mãe jovem, claro sem me olhar, e com um filhinho de uns 6 anos.  Pediu a comida para os dois.

Nesse momento, chegou outra mãe com seu filho, que tentou falar com o filho dessa mãe que já estava sentada.

A moça nem sequer se dignou a dar um sorriso para a criança, que ficou esperando o contato, e acabou desistindo.

Eu fiquei penalizada, mas não era problema meu, e me contive a minha refeição.

Mas me fez pensar.

Poucos dias antes, havia tido a experiência oposta.

Cheguei para a mesma salada, e meio apressada, dentro de um horário para um compromisso, só que quando entrei, havia apenas uma mesa disponível.

Ao me aproximar dessa mesa, uma outra senhora se dirigia a ela, ao mesmo tempo.

Nos olhamos e sorrimos, meio sem graça.

Ela falou, “se você estiver com pressa pode se sentar”.  E eu respondi, “por que não nos sentamos juntas?”

Eu me arrisquei.  Ela poderia ter dito não.  Mas o que eu perderia com isso?

Mas ela disse sim, com prazer.

Nos sentamos, conversamos, e descobrimos que conhecíamos as famílias, que tínhamos muitas afinidades, e fizemos uma amizade.  Temos tido um contato agradável desde aquele dia.

Às vezes, perdemos a oportunidade de conhecer gente interessante por timidez de nos aproximarmos e travar assim um conhecimento que pode nos proporcionar muitos momentos felizes.  Já fiz grandes amizades simplesmente porque me dei a chance de conhecê-los.

Eu gosto muito de gente e por incrível que pareça, nunca tive decepções com amigos, funcionários de casa ou de empresa, não fui traída e nunca me surpreendi diante de alguma atitude de alguém.  Tento entender o porque das situações e atitudes, seus problemas, e não me aprofundo muito em julgar as pessoas pelo simples prazer de ficar julgando.

Aceito-as como são.

Uma vez, numa roda de amigas, havia uma pessoa que eu não conhecia.  Era amiga das outras pessoas.

Saiu esse assunto e ela disse: “Eu não gosto de gente”.

Ficamos atônitas, pois creio que nenhuma de nós tinha ouvido alguém falar assim com essa franqueza desconcertante.

Surpreendidas com a revelação, o assunto se esvaziou automaticamente.  Perdemos a graça e o fio da conversa.

Dias depois, essa senhora que não gosta de gente, me procurou.  Mas ai, eu não tive muito tempo para ela pois tenho muita gente que gosta de gente no meu rol de amigos.

Bom domingo e um carinhoso abraço a toda essa gente que tanto gosto 🙂

Amanda