Escolhas
Publicado por amandadelboni
“O homem que se entrega plenamente à sua profissão, se é um gênio, converter-se-á em um homem prodigioso; se não o é, sua tenacidade elevá-lo-á acima da mediania”.
Diderot
Nós passamos nossas vidas fazendo escolhas — acertando algumas vezes, errando outras – mas constantemente escolhendo nossos caminhos.
Estamos sempre decidindo o que comer, o que vestir, com quem nos relacionamos, onde vamos, se viajamos ou não, o que estudamos, que carreira seguimos, os amigos, etc.
E quando não acertamos, mudamos nossa escolha.
Quantas vezes ouvimos mães contando que seus filhos fizeram uma faculdade e descobriram que não era bem naquilo em que gostariam de trabalhar, se dedicar pelo resto de suas vidas?
Temos amigos cujos filhos estão na terceira faculdade. Não acho, como muitos dizem, que são perdidos. Pelo contrário, são corajosos o suficiente para continuar buscando o caminho certo, e no ínterim, estão aprendendo em cada faculdade assuntos diferentes e aumentando a cultura geral, o que vai ajudá-los sempre durante a vida.
E não há nada errado com isso.
Afinal, quem pensa, muda, já diziam os antigos filósofos.
O que não podemos é influir na escolha do próximo. Aconselhar, se somos solicitados podemos e devemos, pois a pessoa que nos pediu o conselho se encontra num estágio de indecisão e nos julga mais experientes no determinado assunto. Mas influir não, e julgar a escolha do outro, por mais próximo que seja, nunca, inclusive a escolha de amigos.
Como os escolhemos?
Muitos dizem que os opostos se atraem, mas eu creio que são as afinidades que unem, de fato, as pessoas.
Acho que valores e atitudes similares tornam mais fácil a convivência no dia a dia. E sempre preferi a convivência agradável do que a tumultuada e agressiva, cheia de discórdias, tantas vezes desnecessárias.
Mas respeito às individualidades é muito importante, e aí entra a escolha novamente.
O direito de um termina onde começa o do outro.
Uma coisa que não podemos e nem devemos fazer é influir na escolha de amigos nossos que são amigos de pessoas cujo comportamento não apreciamos.
Não existe colocar nossos amigos em cheque e dar um ultimato tipo: “se você for amigo de fulano, eu não quero mais ser seu amigo”.
É deselegante e demonstra falta de segurança.
Tivemos há pouco tempo um exemplo próximo.
Estávamos oferecendo um jantar sentado para alguns amigos, e não tínhamos conhecimento de que dois deles não se relacionavam, apesar de terem sido amigos no passado.
Fiquei sabendo algum tempo antes do jantar e lamentei, mas ambos vieram, não se cumprimentaram, mas sem alarde.
Foram de uma classe inconteste, e apesar de não terem trocado a palavra durante toda a noite, nenhum convidado percebeu.
O jantar transcorreu num clima de alegria, porque ambos são extremamente educados, pessoas maravilhosas, e nenhum dos dois me disse, “se fulano vai, eu não irei”.
Isso demonstra respeito, educação e uma enorme inteligência social.
Temos o livre arbítrio para fazer a escolha certa, e mudar nossa atitudes e valores quando necessário para se viver melhor, conosco e com os outros.
Tenhamos coragem de escolher e arcar com as conseqüências de nossas escolhas.
“Eu acho que uma pessoa, de cada adversidade, tem uma plataforma para tentar construir seu legado ou seu caminho para o abismo. Eu sempre procuro usar essa plataforma para criar alguma coisa”.
Maestro João Carlos Martins, amigo querido, e para mim, um herói da superação, com Ph.D em inteligência emocional e social, em entrevista nos EUA à coluna Direto de Miami.
Publicado em maio 13, 2012, em Inteligência Social e marcado como Amanda Delboni, Inteligência Social. Adicione o link aos favoritos. 8 Comentários.
Ah, como fui testemunha ocular, sei que o fato da anfitriã ser encantadora influenciou decisivamente a conduta dos cavalheiros….
Olá Amanda,
Essa sua capacidade de tocar nos “xis das questões” aparentemente corriqueiras, mas de extrema importância para a boa convivência, é mesmo fascinante…..
Que máximo a atitude dos seus amigos, que mesmo dentro das diferenças agiram polidamente.
Coisa terrível quando as pessoas nos pressionam a tomar partido contra seus desafetos, ou quando não nos dão o direito da livre escolha de ir ou vir, aceitar ou recusar….
Amo a liberdade mais que tudo, é perfeita quando vem acompanhada da boa educação, do respeito, do bom censo, caso contrário beira a agressividade, os bons atributo estão sempre interligados é como vc disse: O direito de um termina onde começa o do outro.
Obrigada por mais este tópico.
Abraços.
Isabel
“O direito de um termina onde começa o do outro.” Sao palavras muito certas, mas que, infelizmente, raramente sao seguidas hoje em dia.
Muito bom seu comentario sobre os dois ex-amigos. Nao se deve nunca pedir que outras pessoas tomem as suas dores. Eles agiram certo. E tenho certeza de que seu jantar foi, mais uma vez, um sucesso!
Amanda querida, como sempre direta e brlhante…..um dia das mae cheio de paz e Luz….maria ines
Fantástico, Amanda. Super apropriado. É interessante como, quando mora-se longe do seu país de origem, família e amigos de juventude, faz-se “escolhas” de amigos que, talvez, nem se abriria espaço para tal em circusntâncias distintas. Parabéns pelo dia das mães e por nos ter agraciado com uma pessoa tão maravilhosa e única como a Chris! Bjs
Querida Amanda,Como sempre suas mensagens são maravilhosas, sempre que as leio aprendo muito..Aproveito para mandar um grande abraço pelo dia das mães!
Beijos Miriam
Amanda querida …amei “as escolhas” e como hje é o nosso dia das mães…….((((aproveito para te deixar um abraço bem apertado pela mae incrivel que vc é ..e filha amada que voce sempre foi))))) …….. posso dizer que o mais importante para as escolhas dos nossos amados filhos …é o nosso coraçao e a nossa GRANDE torcida ficar sempre juntinhos deles em “TODOS ” os momentos … BEIJO ENORRME Ana Massa
Muito bom, Amanda!! Feliz dia das mães!! Beijos